Sábado, 02 de agosto de 2025

Casos de câncer de pele em idosos dispararam nas últimas três décadas

Nas últimas três décadas, os casos de câncer de pele em idosos cresceram de forma expressiva em todo o mundo. É o que mostra um estudo recém-publicado no periódico Jama Dermatology que analisou dados globais entre 1990 e 2021. Segundo os autores, trata-se da primeira pesquisa a reunir uma visão abrangente sobre as tendências do câncer de pele em pessoas mais velhas, considerando idade, sexo e nível socioeconômico.

A análise revela que, nesse período, a incidência de carcinoma basocelular, por exemplo, cresceu 61,3%, e a do carcinoma espinocelular, 42,5%. As maiores taxas foram observadas em homens e em regiões ricas, como Austrália, Nova Zelândia e América do Norte. Para os autores, a combinação de pele clara e maior exposição ao sol ajuda a explicar em parte esses números.

No caso dos homens, a menor adesão a medidas de prevenção, como uso do protetor solar, também pode explicar esses índices. “Com o aumento da longevidade em muitos países, os idosos estão sendo examinados mais vezes por dermatologistas. Com isso, os diagnósticos estão sendo feitos com maior frequência”, avalia a dermatologista Selma Hélène, do Einstein Hospital Israelita.

Além disso, o aumento na detecção precoce dos tumores de pele não melanoma, como os carcinomas, também contribui para os números em alta. Esses tipos de câncer estão fortemente relacionados à exposição solar, além de fatores genéticos. “No caso do melanoma, que pode aparecer sobre as pintas adquiridas ao longo da vida, nas pintas de nascimento e na pele normal, a detecção precoce pode salvar uma vida, pois ele tem capacidade de metástases fora da pele, sendo agressivo quanto mais jovem o paciente”, explica a especialista.

Prevenção

Embora o estudo aponte crescimento dos casos em idosos, a prevenção precisa começar cedo. Selma lembra que a pele é o maior órgão do corpo humano, por isso é importante ter consciência de que ela deve ser avaliada desde a infância.

A maior carga de exposição solar ocorre nos primeiros 20 anos de vida, período em que crianças e adolescentes ficam mais expostos à radiação, pelas atividades ao ar livre, o que repercute futuramente na saúde da pele. “Valorizar as medidas de prevenção, como o uso do protetor, de roupas, respeitar o horário do sol, repassar o protetor, além de fazer check-up para prevenção do câncer de pele, pode salvar uma vida”, diz a dermatologista.

No Brasil, o câncer de pele não melanoma é o tipo mais frequente, representando cerca de 30% dos tumores malignos, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). A boa notícia é que, quando detectado precocemente, esse tipo de câncer tem alta taxa de cura. (Com informações do jornal O Estado de S. Paulo)

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