Segunda-feira, 08 de dezembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 8 de dezembro de 2025
Com a chegada do fim do ano, começam os preparativos para as festividades da época e, desta vez, será preciso preparar também o bolso.
A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) calcula que a cesta de produtos natalinos está 3,5% mais cara do que no ano passado. Ainda assim, o consumo das famílias no período de festas deve crescer, em média, 15%, aponta um levantamento feito pela entidade.
Um estudo feito pela Neogrid, ecossistema de tecnologia e inteligência de dados, aponta que os itens que compõem a ceia de Natal estão até 65,3% mais caros. Ao todo, foram analisadas as variações de preço de 20 produtos/categorias entre outubro de 2024 e outubro de 2025. Desse total, 14 registraram aumento no período.
Entre os maiores vilões estão as aves natalinas e os frutos secos. Anna Carolina Fercher, líder de Dados Estratégicos da Neogrid, explica que a alta nos preços é reflexo da queda na produção nacional, das enchentes no Rio Grande do Sul e do forte foco nas exportações. Já as castanhas e as amêndoas sofreram quebra de safra provocada pela seca extrema e pelo fenômeno El Niño.
Segundo ela, mesmo com alternativas mais baratas, como o pernil suíno — que teve redução de 12,6% no período —, o Natal deste ano deve pesar mais no bolso:
“A tendência é ter um Natal mais caro influenciado principalmente por clima adverso, dólar alto e dinâmica de exportação aquecida”, avalia a especialista.
Para não abrir mão da ceia nem comprometer o orçamento, é importante adotar estratégias de planejamento e pesquisa, explica Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira (Abefin). O primeiro passo é definir o número de convidados para evitar desperdícios, além de pesquisar preços. Na hora de montar o cardápio, vale usar a criatividade para fazer adaptações:
“É possível reduzir custos sem perder a magia da ceia de Natal por meio de adaptações inteligentes no cardápio. Trocar alimentos caros por opções nacionais e sazonais. Incorporar receitas regionais ou tradicionais brasileiras pode trazer um toque especial à mesa, mantendo o clima natalino e, ao mesmo tempo, respeitando o orçamento”, disse.
O especialista destaca que, para definir o orçamento, é importante listar as previsões de gastos — como alimentos, bebidas, presentes e itens de decoração — e estabelecer prioridades. Segundo ele, definir um limite de gasto por pessoa ou por categoria também pode ajudar a manter o controle, diz ele:
“O foco deve ser equilibrar a vontade de celebrar com a responsabilidade financeira, prevenindo exageros que podem impactar negativamente o início de 2026”, finalizou.