Sexta-feira, 09 de maio de 2025

Celular potente da Huawei acirra disputa tecnológica entre China e os Estados Unidos

A maior empresa de tecnologia da China, a Huawei, ganhou destaque global como líder em redes sem fio 5G e smartphones antes de se dedicar ao desenvolvimento de chips e inteligência artificial (IA). Mas em 2019, a empresa se tornou um alvo dos EUA quando o governo Trump a colocou em uma lista de companhias proibidas de atuar no país – o ex-presidente também pressionou os seus aliados a banir os equipamentos da Huawei por completo devido a preocupações com espionagem.

As sanções quase acabaram com o negócio de celulares para consumidores da Huawei. Mas a empresa se recuperou com o apoio do governo da China. Agora, a gigante de tecnologia ressurge com um aparelho celular que tem preocupado o ocidente por conter um chip potente fabricado inteiramente na China, o que pode tornar o país independente na produção de semicondutores.

A campanha contra a Huawei – e seu possível retorno – levantam questões sobre uma guerra já antiga entre os dois territórios: os esforços dos EUA para conter a ascensão geopolítica da China foram eficazes ou adequados? Qual das duas superpotências assumirá a liderança em setores futuros, como a IA?

Espionagem

Autoridades do governo dos EUA disseram que a Huawei poderia usar sua presença nas redes de telecomunicações do mundo para fazer espionagens. Em 2012, um relatório do Comitê de Inteligência da Câmara dos EUA apontou a Huawei e a ZTE, outra fabricante chinesa de equipamentos de comunicação, como possíveis ameaças à segurança. Em 2020, a Comissão Federal de Comunicações designou as empresas como perigosas e ordenou que as operadoras dos EUA retirassem os equipamentos da Huawei e da ZTE de suas redes.

Em pouco mais de três décadas, a Huawei deixou de ser uma revendedora de produtos eletrônicos para se tornar uma das maiores empresas privadas do mundo, com posições de liderança em equipamentos de telecomunicações, celulares, computação em nuvem e segurança cibernética. Com isso, a chinesa conseguiu ter operações substanciais na Ásia, Europa e África, mas sanções dos EUA prejudicaram seus negócios.

A empresa continuou a investir em 5G, entrando entre os 10 maiores recebedores de patentes dos EUA em 2019, e ajudou a construir redes 5G em todo o mundo.

As sanções assustaram alguns clientes e fornecedores da Huawei em todo o mundo, mas os consumidores e as operadoras chinesas se uniram a ela. A empresa é um dos maiores investidores do país em pesquisa e desenvolvimento.

Em agosto de 2023, um exame de seu mais recente smartphone Mate 60 Pro revelou um chip de 7 nanômetros projetado pela companhia que está apenas alguns anos atrás da tecnologia mais avançada do mundo. Também foi dito que a Huawei estava estabelecendo uma rede de fábricas para fabricar seus chips depois que as sanções bloquearam seu acesso a muitas instalações avançadas.

Boicote

O Japão e a Austrália aderiram ao boicote dos EUA logo no início, enquanto o Canadá proibiu a Huawei de usar 5G em 2022, depois de hesitar por mais de três anos. O Reino Unido proibiu suas operadoras de telecomunicações de comprar equipamentos 5G da Huawei a partir de 2021, e os equipamentos já instalados devem ser removidos até 2027. A Suécia baniu a Huawei e a ZTE de sua rede 5G em 2020.

Embora a Alemanha tenha evitado uma proibição total, suas operadoras decidiram não usar a Huawei no núcleo crítico de suas redes 5G. Mas a empresa conquistou clientes na Rússia, no Oriente Médio, na África e na Ásia, incluindo as Filipinas e a Tailândia.

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