Sexta-feira, 25 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 24 de julho de 2025
Após nove meses de obras de recuperação e melhoria, o Centro Municipal de Cultura de Porto Alegre foi reinaugurado nessa quinta-feira (24). O complexo que abriga duas salas de espetáculo, uma biblioteca pública, oficinas de arte e departamentos como os de literatura, artes plásticas, teatro e dança havia sido atingido severamente pela enchente de maio de 2024, funcionando parcialmente desde então.
Cerca de 2,5 mil pessoas frequentam a cada mês o espaço, cuja denominação oficial é “Centro de Cultura, Arte e Lazer Lupicínio Rodrigues”, em homenagem ao compositor e cantor (1914-1974) que viveu nas imediações quando a região abrigava um agrupamento populacional conhecido por “ilhota”.
Localizado na avenida Erico Verissimo nº 307, próximo à Ipiranga, no bairro Menino Deus, o Centro Municipal de Cultura foi inaugurado em 1978 (durante a gestão do então prefeito Guilherme Socias-Villela).
As intervenções foram viabilizadas por recursos de um Termo de Aquisição de Solo Criado por Contrapartida (TASCC) no valor total de R$ 3,6 milhões, provenientes da empresa CFL Empreendimentos. A articulação dos recursos foi feita pelo Escritório de Reconstrução e Adaptação Climática, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura (SMC).
Durante o ato de entrega, a Banda Municipal e o grupo Os Fagundes (Paulinho e Neco) emocionaram o público com apresentações de músicas tradicionais gaúchas. Em nome dos servidores envolvidos, Renato Wieniewski, da Secretaria Municipal de Cultura, foi homenageado com uma placa pela dedicação à preservação dos equipamentos durante a enchente.
O que foi feito
– Teatro Renascença: recebeu reformas completas no palco, plateia, camarins e áreas de apoio. Todos os 270 assentos foram substituídos, reduzindo a capacidade para 200 lugares para adequação às normas de acessibilidade. Foram instaladas novas cortinas, sonorização e iluminação, além de reforma do sistema hidráulico e elétrico.
– Atelier Livre Xico Stockinger: ganhou novo piso, pintura, ar-condicionado e revisão elétrica, além de descontaminação ambiental. O local abriga 20 cursos regulares e 12 cursos extras, com cerca de 400 alunos.
– Biblioteca Pública Municipal Josué Guimarães: teve o subsolo totalmente revitalizado, com troca de portas, fiação, impermeabilização, pintura e revisão das janelas. Nos demais andares, foram realizadas melhorias estruturais, instalação de persianas automáticas e dez novos aparelhos de ar-condicionado, atendendo antiga demanda dos usuários.
Todo o prédio recebeu pintura externa. Já a Sala Álvaro Moreyra e o saguão de exposições não precisaram de reparos. Ao todo, foram aplicados quase R$ 4 milhões.
Prefeito e secretários se manifestam
“Esse é um espaço multicultural que serviu de acolhimento e foi duramente impactado pela enchente que atingiu o Estado e a nossa Capital”, discursou o prefeito Sebastião Melo. “Assumimos um compromisso coletivo de devolvê-lo ainda melhor para a cidade. É um dia muito especial, porque o sentido da vida é trabalhar por um mundo melhor.”
A secretária municipa de Cultura, Liliana Cardoso Duarte, também se manifestou: “Este verdadeiro templo cultural contou com o empenho de diversas mãos. Vencemos e entregamos à população um símbolo de Porto Alegre. Os editais que haviam sido transferidos para o Teatro Túlio Piva retornam ao CMC, e novas seleções culturais serão abertas”.
Já o titular da Secretaria de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus), Germano Bremm, enalteceu a parceria entre o poder público e a iniciativa privada, um das apostas da atual administração da Capital para o setor:
“Recuperamos nossa cultura e fortalecemos nossa autoestima, em um momento simbólico para a cidade. Cerca de 30% da cidade e 309 equipamentos públicos foram atingidos pela enchente do ano passado. Graças à parceria com a CFL, que transformou contrapartida em obra”.
(Marcello Campos)