Segunda-feira, 03 de novembro de 2025

Cerca de 4,9 milhões de pessoas vivem em áreas com presença do crime organizado no Rio de Janeiro, diz Datafolha

Cerca de 4,9 milhões de pessoas vivem em áreas com presença explícita do crime organizado e milícias na capital e região metropolitana do Rio de Janeiro, e ao menos 4 milhões viram pessoas armadas com fuzis em seus bairros nos últimos 12 meses, segundo pesquisa Datafolha.

Conforme o Censo 2022, a região metropolitana do Rio tem cerca de 12 milhões de habitantes. De acordo com levantamento realizado de quarta (29) a sexta-feira (31), após operação policial que deixou 121 mortos, a presença do crime organizado no bairro é mais citada entre quem vive nas favelas (68%), contra 38% entre quem não mora nessas localidades.

A margem de erro da pesquisa é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%. Foram realizadas 626 entrevistas entre moradores da capital e região metropolitana do Rio.

A maioria dos entrevistados (46%) afirmou ter mais medo dos traficantes e das facções do que das milícias (18%) e da polícia (6%).

Em pesquisa realizada com moradores da capital em janeiro de 2019, os índices eram de 34% (mais medo de traficantes), 27% (milícias), 12% (polícia). Já 20% afirmaram temer todos na mesma proporção. Entre quem mora nas favelas, 39% relataram ter mais medo de traficantes do que da polícia (14%). Entre quem não vive nessas localidades, esses índices mudam: 50% (medo de traficantes) e 3% (medo da polícia).

Quase metade dos que residem na capital (48%) disseram viver em área com presença do crime organizado, índice semelhante ao de quem mora em municípios da região metropolitana (46%). Na capital, a situação foi confirmada com mais frequência entre os habitantes da zona oeste (58%), seguida pela zona norte (48%), centro (46%) e sul (24%).

Ter visto pessoas portando fuzis em seus bairros é rotina relatada por cerca de 4 milhões de moradores da capital fluminense e região metropolitana, o que corresponde a 38% dos entrevistados; 62% responderam não ter presenciado tais cenas.

Entre os entrevistados, 66% concordaram com a frase “hoje as ações do crime organizado interferem diretamente na minha vida”, e 62% com “traficantes são terroristas”.

Já 14% disseram precisar pagar taxas de serviços para grupos armados (14%) e viverem em bairros onde há serviços de vigilância prestados por policiais de folga (18%).

Após a operação de terça, 59% dos entrevistados afirmaram que mudariam de cidade se pudessem. O percentual é equivalente a 6,2 milhões de pessoas, dado o universo total da pesquisa da população de 10,49 milhões com 16 anos ou mais.

O índice é o maior desde 2020, quando 57% dos entrevistados relataram desejo de mudar de cidade; em 2022, foram 59%.

A vontade de deixar o Rio é citada com mais frequência por quem aprova a gestão do governador Cláudio Castro (PL), 66%, e também entre quem votou no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), 69%, e branco ou nulo (62%) no segundo turno das eleições de 2022.

A afirmação foi repetida de forma mais recorrente entre quem mora em favelas, 65%, e na zona oeste da capital (68%), seguida pela zona norte (62%), centro (49%) e zona sul (43%).

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