Quinta-feira, 29 de maio de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 27 de maio de 2025
O governo do presidente Donald Trump ordenou a todos os consulados dos Estados Unidos ao redor do mundo que suspendessem a emissão de vistos para estudantes internacionais. A informação foi divulgada pela agência Reuters nessa terça-feira (27) e confirmada posteriormente pela TV Globo, que consultou fontes do governo americano no Brasil. Segundo essas fontes, os processos de solicitação estão oficialmente suspensos.
A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil já começou a orientar os estudantes a procurarem os consulados locais para mais informações. O site Politico também divulgou que uma fonte da diplomacia americana revelou que Washington está considerando começar a analisar as redes sociais de todos os solicitantes desse tipo de visto, como parte do processo de triagem de segurança. Essa medida, se implementada, afetaria todos aqueles que pretendem fazer cursos nos EUA — desde programas de intercâmbio até cursos universitários de graduação e pós-graduação.
Como a nova diretriz ainda está em discussão, o Departamento de Estado norte-americano determinou a “suspensão temporária” da emissão de novos vistos de estudo. A orientação foi formalizada por meio de um comunicado interno enviado a todas as representações consulares dos EUA no exterior, pedindo que suspendam as entrevistas — etapa final do processo de concessão do visto.
Harvard
A decisão veio poucos dias depois de outra polêmica: o governo dos EUA proibiu que a Universidade Harvard — uma das instituições mais renomadas do mundo — mantivesse estudantes estrangeiros matriculados em seus cursos. A medida gerou forte repercussão, tanto acadêmica quanto jurídica. O Departamento de Segurança Interna anunciou que aproximadamente 7.000 alunos seriam afetados, o equivalente a um em cada quatro estudantes da universidade.
A reitoria de Harvard entrou com uma ação judicial contra a decisão, e um juiz do Tribunal Federal de Boston suspendeu temporariamente a medida. Na petição apresentada à Justiça, a universidade alegou que a decisão do governo causaria “efeitos devastadores” sobre a vida dos estudantes internacionais, que dependem do visto para permanecer legalmente no território americano.
“Sem seus estudantes internacionais, Harvard não é Harvard”, afirmou a universidade, que possui quase quatro séculos de existência. A direção também criticou duramente a postura do governo, dizendo que, “com um golpe de caneta, o governo tentou apagar um quarto do corpo estudantil de Harvard — estudantes que contribuem significativamente para a universidade e sua missão”.
Harvard classificou a medida como uma “violação flagrante” da Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, além de apontar possíveis infrações a outras leis federais.