Sexta-feira, 25 de abril de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 20 de abril de 2025
Cientistas da Universidade de Berkeley, na Califórnia, nos Estados Unidos, anunciaram a descoberta do “olo”, na qual eles dizem que se trata de uma nova cor. Porém, segundo os mesmos pesquisadores, a revelação foi feita através de um método de uso de laser em que permite o olho humano alterar sua percepção natural e observar ela.
A revelação foi feita em um artigo publicado na revista Science Advances. De acordo com eles, pulsos de laser foram disparados em experimentos nos olhos. Dessa forma, algumas células individualmente eram estimuladas na retina, fazendo com que a percepção do cérebro se alterasse além dos limites naturais.
Quem viu, diz: a cor não é lá muito impressionante. Além dos cientistas, outras cinco pessoas que participaram do experimento afirmam terem visto também. Eles descrevem como uma espécie de azul esverdeado. Mas a graça não é exatamente a cor, e sim a descoberta, segundo relatam.
‘Previmos desde o início que se pareceria com um sinal de cor sem precedentes, mas não sabíamos o que o cérebro faria com ele. Foi de cair o queixo. É incrivelmente saturado’, conta para o The Guardian, Ren Ng, engenheiro elétrico e um dos pesquisadores.
O sistema criado por eles para visualizar se chama Oz. Ele é um protótipo que permite a retina ser estimulada para formar cones fotossensíveis, fazendo com que o cérebro humano construa essas imagens de novas cores.
A percepção humana entende, na retina, através dos comprimentos de onda, cada uma das cores primárias, que são misturadas. Os comprimentos curtos são de azul, médios de verde e longos de vermelho. Naturalmente, o olho cria as combinações através dos cones sendo usados de maneira simultânea.
Os pesquisadores dizem que o “olo’ só pode ser feito através do uso do laser e de nenhuma outra forma. Ele se aproxima do 333U da Pantone. No entanto, eles compartilharam uma imagem de um quadrado turquesa para dar uma ideia da cor.
“A questão toda é que essa não é a cor que vemos, simplesmente não é. A cor que vemos é uma versão dela, mas ela empalidece completamente em comparação com a experiência do olo”, afirma Austin Roorda, cientista da visão da equipe.
Contestação
Apesar da descoberta, especialistas criticam o que se diz de uma nova cor. Para eles, só a possibilidade dela ser vista em um ambiente controlado torna o caso mais complexo. Outros questionam se é realmente uma cor.
Para o cientista da visão da City St. George’s, Universidade de Londres, John Barbur, por exemplo, o trabalho possui “valor limitado”
“Não é uma cor nova. É um verde mais saturado que só pode ser produzido em um indivíduo com mecanismo cromático vermelho-verde normal quando a única informação vem dos cones M”, disse para o The Guardian.
Até mesmo pela dificuldade, Ng destaca que o mundo não verá o “olo” tão cedo:
“’Não veremos o olo em telas de smartphones ou TVs tão cedo. E isso está muito, muito além da tecnologia de óculos de realidade virtual”, finalizou. Com informações da CBN