Domingo, 02 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 2 de novembro de 2025
Cientistas alemães descobriram uma nova arma na luta contra o HIV. Um anticorpo capaz de neutralizar o vírus que já matou 44 milhões desde 1981, quando foi detectado pela primeira vez.
Para isso, a equipe examinou amostras de sangue de 32 pessoas com HIV que desenvolveram uma resposta de anticorpos particularmente forte e amplamente eficaz contra o vírus – por conta própria e sem qualquer intervenção médica.
Depois de testar mais de 800 desses anticorpos, um deles se destacou: o 04_A06. Quando o HIV infecta alguém, ele entra na célula e a reprograma para reproduzir o vírus, enfraquecendo o sistema imunológico a longo prazo. O que o 04_A06 faz é bloquear uma área em que o vírus se liga às células, impedindo sua proliferação.
Os pesquisadores afirmam que a descoberta pode ajudar pessoas que já estão infectadas com o HIV, já que o anticorpo pesquisado bloqueia o acesso do vírus às células.
E esperam que o achado também possa prevenir futuras infecções, funcionando como uma imunização passiva – aquela em que os anticorpos são inseridos no corpo, e não produzidos por ele, como acontece no caso da vacina. Em experimentos feitos com camundongos, o 04_A06 neutralizou 98% das quase 340 variantes do vírus testadas.
Agora, resta ver como o anticorpo se comporta em testes com humanos. Se tudo der certo, pode ser um novo capítulo da luta contra o HIV.
HIV
Segundo o Ministério da Saúde, o HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) é um vírus que ataca o sistema imunológico, responsável por proteger o corpo contra doenças. Quando o vírus não é tratado, ele pode evoluir para a aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), que representa o estágio mais avançado da infecção pelo HIV.
Neste estágio, o sistema imunológico fica extremamente enfraquecido, deixando o organismo mais suscetível a infecções oportunistas e determinados tipos de câncer. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. O vírus é capaz de alterar o DNA dessa célula e fazer cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.
O HIV é transmitido principalmente através de fluidos corporais específicos. Saber quais são as formas corretas de transmissão é fundamental para combater o preconceito e a desinformação.
Ele pode ser transmitido através de relações sexuais vaginais, anais ou orais sem preservativo, especialmente se houver cortes ou feridas. O sexo anal apresenta maior risco devido à fragilidade da mucosa retal, que facilita a entrada do vírus. O vírus pode ser transmitido durante a gestação, parto ou amamentação.
O uso compartilhado de seringas, agulhas ou outros equipamentos perfurocortantes pode transmitir o vírus diretamente para a corrente sanguínea. Pessoas que utilizam drogas injetáveis são mais suscetíveis, se não adotarem práticas seguras.
Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 para impedir a multiplicação do HIV no organismo. Esses medicamentos ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico. Por isso, o uso regular dos ARV é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas.
Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente os ARV a todas as pessoas vivendo com HIV que necessitam de tratamento.