Quinta-feira, 28 de março de 2024

Cientistas encontram um buraco negro adormecido fora da Via Láctea

Um tipo elusivo de buraco negro foi descoberto pela primeira vez em uma galáxia vizinha, de acordo com um novo estudo baseado em observações do Very Large Telescope do Observatório Europeu do Sul (ESO).

Buracos negros de massa estelar adormecidos, que se formam quando estrelas massivas chegam ao fim de suas vidas, são particularmente difíceis de detectar, pois não interagem muito com o ambiente.

Isso ocorre porque, ao contrário da maioria dos buracos negros, os adormecidos não emitem altos níveis de radiação de raios-X.

Embora pensado para ser um fenômeno cósmico bastante comum, esse tipo de buraco negro anteriormente não havia sido “inequivocamente detectado fora de nossa galáxia”, de acordo com a equipe de pesquisadores americanos e europeus envolvidos no estudo.

O buraco negro recém-detectado, chamado VFTS 243, tem, pelo menos, nove vezes a massa do nosso Sol e orbita uma estrela azul e quente com 25 vezes a massa do Sol, tornando-o parte de um sistema binário.

“É incrível que quase não saibamos de buracos negros adormecidos, dado o quão comuns os astrônomos acreditam que sejam”, disse o coautor do estudo Pablo Marchant, astrônomo da KU Leuven, uma universidade na Bélgica, em um comunicado à imprensa.

Processo de eliminação

Para encontrar o buraco negro, que não pode ser observado diretamente, os astrônomos analisaram 1 mil estrelas massivas (cada uma pesando pelo menos oito vezes a massa do sol) na região da Nebulosa da Tarântula da Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia próxima à Via Láctea.

A descoberta foi feita por um processo de eliminação, disse o coautor Tomer Shenar, que trabalhava na KU Leuven, na Bélgica, quando o estudo começou e agora é bolsista Marie-Curie na Universidade de Amsterdã, na Holanda.

Primeiro, os pesquisadores identificaram as estrelas que faziam parte de sistemas binários – estrelas se movendo em torno de um companheiro cósmico.

Em seguida, eles procuraram sistemas binários onde o companheiro não era visível, e uma análise cuidadosa acabou revelando que o VFTS 243 era um buraco negro adormecido, explicou ele por e-mail.

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