Por Redação do Jornal O Sul | 14 de julho de 2025
Uma cápsula funerária lançada pela empresa Celestis, em parceria com a startup alemã The Exploration Company, caiu no Oceano Pacífico após orbitar a Terra duas vezes. O lançamento, ocorrido em 23 de junho, tinha como objetivo realizar o primeiro voo espacial com retorno controlado, transportando as cinzas de 166 pessoas e sementes de cannabis. A missão, no entanto, enfrentou problemas na fase final e não conseguiu completar o retorno conforme o planejado.
De acordo com informações divulgadas pelas empresas envolvidas, a cápsula entrou em órbita com sucesso e permaneceu por um curto período ao redor do planeta. No entanto, a comunicação com o equipamento foi perdida pouco antes da reentrada na atmosfera terrestre. Como resultado, a cápsula acabou caindo no mar, sem controle, frustrando o objetivo de um pouso monitorado.
As famílias dos homenageados foram informadas sobre o incidente e receberam mensagens de condolências por parte da Celestis e da The Exploration Company. As empresas prometeram investigar detalhadamente o que motivou a falha no retorno e garantiram transparência na divulgação dos resultados. Apesar do desfecho, destacaram que a missão cumpriu parte do trajeto e simbolizou uma homenagem significativa aos que desejavam um funeral fora dos padrões tradicionais.
A Celestis, com sede em Houston, nos Estados Unidos, é uma das pioneiras no chamado “funeral espacial”, oferecendo desde 1994 o envio de porções simbólicas de cinzas ou DNA de falecidos ao espaço. A empresa já realizou mais de 20 missões e oferece diferentes modalidades de homenagem póstuma, com valores que variam conforme o destino e o tipo de missão escolhida.
Entre os formatos disponíveis, o plano Earth Rise permite que as cinzas subam até a fronteira do espaço e retornem à Terra em cápsulas recuperáveis, a partir de US$ 3.495. Já o modelo Earth Orbit, escolhido para esta missão, coloca as cinzas em órbita até que a cápsula reentre e se desintegre na atmosfera, com preços a partir de US$ 4.995.
Outras opções incluem o plano Luna, que envia o material até a superfície lunar ou para uma órbita ao redor do satélite, e o Voyager, destinado ao envio simbólico rumo ao espaço profundo, ambas as alternativas com valores a partir de US$ 12.995. Em todas as modalidades, é enviada apenas uma pequena quantidade do material — entre 1 e 7 gramas — enquanto o restante permanece com a família.
Além do transporte, a Celestis proporciona uma experiência ritualística. Os familiares dos homenageados são convidados a participar de cerimônias pré-lançamento e têm acesso à base de lançamento, além de receberem ferramentas online para acompanhar o progresso da missão em tempo real. A proposta é transformar a despedida em um evento único e simbólico.
Apesar do resultado inesperado desta missão, a Celestis reafirmou seu compromisso com a continuidade dos voos espaciais memoriais. A empresa informou que novas missões estão previstas para os próximos meses, com aprimoramentos nos protocolos de reentrada. O episódio também servirá como aprendizado técnico para futuras operações envolvendo retorno controlado à Terra.
