Sexta-feira, 03 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 4 de novembro de 2021
O ex-governador do Ceará Ciro Gomes afirmou nesta quinta-feira (4) que suspendeu a sua pré-candidatura à presidência da República após parte de seu partido, o PDT, apoiar a PEC dos Precatórios na votação do texto-base na Câmara dos Deputados.
Em postagem nas redes sociais, Ciro Gomes destacou: “Há momentos em que a vida nos traz surpresas fortemente negativas e nos coloca graves desafios. É o que sinto, neste momento, ao deparar-me com a decisão de parte substantiva da bancada do PDT de apoiar a famigerada PEC dos Precatórios.
Justiça social e defesa dos mais pobres não podem ser confundidas com corrupção, clientelismo grosseiro, erros administrativos graves, desvios de verbas, calotes, quebra de contratos e com abalos ao arcabouço constitucional. Não podemos compactuar com a farsa e os erros bolsonaristas.
A mim só me resta um caminho: deixar a minha pré-candidatura em suspenso até que a bancada do meu partido reavalie sua posição. Temos um instrumento definitivo nas mãos, que é a votação em segundo turno, para reverter a decisão e voltarmos ao rumo certo”, postou Ciro Gomes.
Reações
A posição de Ciro contou com o apoio de Membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19, como Randolfe Rodrigues (Rede-AP). “Cumprimento o meu amigo Ciro Gomes pela posição tomada hoje. Só reforça a minha admiração por ele! É inaceitável que algum parlamentar vote a favor de uma PEC que dá calote em professor e libera dinheiro para comprar deputado”, afirmou.
Na mesma linha do colega de CPI, o pré-candidato ao Planalto pelo Cidadania, o senador Alessandro Vieira (SE), também fez elogios à tomada de decisão do pedetista e comparou o orçamento secreto ao mensalão.
“Ciro Gomes adota a posição certa, compatível com o que se espera de quem está disposto a assumir a missão de resgatar nosso país. Estaremos prontos no Senado para fazer a nossa parte. Sensibilidade social exige responsabilidade fiscal. O orçamento secreto é o novo mensalão”, afirmou.
O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) foi outro a sair em defesa de Ciro. O ex-ministro do esporte durante os governos do PT afirma que o ex-colega (Ciro Gomes foi ministro da Integração Social com Lula) contribui para uma frente ampla “anti-Bolsonaro”.
“A firme e corajosa negativa de Ciro Gomes à PEC do Calote contribui imensamente para derrotar o projeto. Além disso, pode inspirar outros presidenciáveis a se engajarem pela reversão de votos. Se acontecer, viraremos o jogo, mais uma vez apostando na frente ampla anti-bolsonaro”, publicou.