Terça-feira, 23 de abril de 2024

Cirurgião plástico preso no Rio por cárcere privado de paciente responde a pelo menos 19 processos

Preso por manter uma mulher em cárcere privado em um hospital particular de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, o médico equatoriano Bolívar Guerrero Silva responde por outros 19 processos na Justiça.

Bolívar foi preso suspeito de manter Daian Chaves Cavalcanti, de 36 anos, em cárcere privado no centro cirúrgico do Hospital Santa Branca. Ela se encontra em estado grave, após complicações em um procedimento estético feito com o médico.

Desde a cirurgia, a paciente solicitou a transferência de hospital, que foi dificultada por Bolívar. Uma tia da vítima acionou na última semana a Delegacia de Atendimento a Mulher (Deam-Caxias) e relatou o caso.

Segundo a família, um ponto de sua barriga necrosou após a realização de uma abnoplastia.

A paciente foi resgatada pela polícia. No hospital, agentes cumpriram mandados de prisão preventiva, de busca e apreensão e de condução coercitiva.

Bolívar terá de responder por cárcere privado e associação criminosa. A polícia agora vai ouvir outros médicos e funcionários do hospital.

Em depoimento à polícia, o médico negou que a paciente era mantida em cárcere. Ele disse que ela não quis ser transferida e afirmou que dava toda a assistência à paciente.

O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) abriu sindicância para apurar o caso do cirurgião plástico Bolívar Guerrero Silva.

Outros casos

Esta não é a primeira vez que o cirurgião plástico é preso. Em 2010, ele foi alvo da Operação Beleza Pura, da Polícia Civil, que prendeu oito médicos. Silva foi acusado de usar um um medicamento para preenchimento facial sem registro na Anvisa em pacientes.

Em 2016, uma paciente de lipoescultura morreu na mesa de cirurgia do médico. Por esse caso, ele é acusado pela família de imprudência. Em janeiro de 2017, a Vigilância Sanitária Estadual interditou um setor do Hospital Santa Branca. A central de material esterilizado foi fechada. A Secretaria de Saúde alegou que a unidade não tinha estrutura física adequada e apresentava processos de trabalho.

Mesmo com tantos problemas judiciais, em outubro de 2018, o médico foi homenageado na Câmara dos Vereadores de Caxias com o título de cidadão caxiense. O título foi concedido pelo vereador na época, Júnior Reis, irmão do atual prefeito de Caxias, Washington Reis.

A polícia acredita que o número de vítimas do cirurgião possa ser maior. A delegada Fernanda Fernandes disse que vai investigar todas as outras ocorrências que estão chegando à delegacia.

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