Segunda-feira, 12 de maio de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 22 de julho de 2022
A morte da atriz Daniella Perez em dezembro de 1992 deixou marcas em Claudia Raia, que foi até a delegacia horas após o assassinato da filha da autora Gloria Perez e percebeu uma pista sobre a participação de Guilherme de Pádua no crime.
Em relato ao Pacto Brutal, série documental da HBO Max que vai contar a história da tragédia, Claudia Raia relembrou que estranhou o sumiço de Daniella. A atriz não apareceu para ensaiar a peça em que seria protagonista. “Pra um bailarino faltar a um ensaio, ele tá morto. Tanto que todo mundo falava: ‘Cadê ela?’. Se ela não chegou, alguma coisa aconteceu”, declarou.
Daniella foi morta a tesouradas por Guilherme de Pádua – que era o seu par romântico na novela – e a mulher dele, Paula Tomaz. Os dois foram condenados pela Justiça.
Claudia Raia foi até a delegacia para prestar solidariedade ao amigo Raul Gazolla, marido de Daniella na época. Lá, ela encontrou com Guilherme de Pádua e reparou em uma marca no braço do ator.
“Ele ficou ali um tempo, chorando, dizendo: ‘Meu Deus, que loucura isso’. Parecia bastante emocionado, muito indignado com tudo. [Dizia] ‘Como fizeram isso com essa garota, essa menina é um anjo’. Me abraçou também, nem me conhecia. E eu não sei por que olhei o braço do Guilherme. Tinha, na parte do antebraço, arranhão de unha de mulher. Me chamou a atenção aquilo. Guardei pra mim. Era recente. Estava meio em carne viva, meio sangrandinho.”
A série
A série documental finalmente chegou ao catálogo da HBO Max. Com direção de Tatiana Issa e Guto Barra, que também assina o roteiro, a produção de cinco episódios reconstitui com detalhes os fatos e o julgamento do caso que impactou o Brasil no início dos anos 90.
A morte prematura da jovem de 22 anos mexeu com o País. O assassinato da Daniella, filha da autora e produtora brasileira, ganhadora do Emmy Internacional, Gloria Perez, ganhou notoriedade e ocupou as primeiras páginas dos jornais nacionais por anos.
Depois de três décadas, Gloria Perez revisita a busca pela verdade por trás desta história que mudou sua vida para sempre. A autora compartilha sua experiência conforme a produção apresenta, em registros inéditos, os detalhes das investigações e o julgamento deste caso de homicídio duplamente qualificado.
Como mãe da vítima, ela rastreou testemunhas, identificou evidências e ajudou a expor erros das autoridades brasileiras. Sua atuação foi fundamental para a resolução do caso, além de ter deixado um legado ao conseguir a alteração da legislação brasileira, passando a incluir homicídio qualificado dentro dos crimes hediondos.
Para o diretor e roteirista Guto Barra, a produção de true crime corrobora para a elucidação desta tragédia que marcou o Brasil. “Por meio de um minucioso trabalho de pesquisa, trazemos à luz a barbaridade do crime, com informações que não foram reveladas à época do assassinato.” Segundo Tatiana Issa, que dirigiu e trabalhou em conjunto com Guto, “o caso Daniella Perez inspira muitos sentimentos e sua retratação documental revela não apenas a Daniella quanto artista, filha e esposa, mas também a deficiência do sistema jurídico brasileiro.”