Sexta-feira, 25 de abril de 2025

Com falta de doses, postos de Porto Alegre suspendem a vacinação contra dengue

Com falta de doses de vacina contra a dengue, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Porto Alegre anunciou nessa quarta-feira (23) a suspensão do procedimento nos postos da rede. A medida deve ser mantida até que o seja recebida nova remessa do Ministério da Saúde, responsável pela compra e distribuição do fármaco para os governos estaduais e municipais. Ainda não há previsão.

A imunização tem sido oferecida dos 10 aos 15 anos incompletos, conforme orientação da pasta federal. Desde o início da ofensiva contra a doença, mais de 20 mil das quase 73 mil crianças e adolescentes dessa faixa etária na capital gaúcha receberam a primeira dose, o que corresponde a 27,5%. Já a segunda e última aplicação do ciclo contemplou quase 6,7 mil, ou 9%.

O imunizante utilizado é o Qdenga, produzido pelo laboratório japonês Takeda Pharma e que protege contra quatro diferentes sorotipos da doença. Dentre seus protocolos está o intervalo de três meses entre cada dose. Idosos (60 anos ou mais) ainda não podem receber o fármaco, pois os estudos científicos ainda estão em andamento no que se refere a esse grupo populacional.

Com a vacinação suspensa, as medidas de prevenção tornam-se ainda mais importantes. A população deve colaborar eliminando focos de água parada em recipientes como pneus, vasos de plantas, garrafas, calhas e caixas d’água. Também é recomendado o uso de repelentes, a instalação de telas em portas e janelas e atenção redobrada em locais com maior incidência da doença.

A secretaria orienta que, diante de sintomas como febre alta, dor no corpo, dor atrás dos olhos e manchas na pele, a população procure imediatamente uma unidade de saúde para avaliação médica. Se não tratada a tempo, a dengue pode evoluir para quadros graves, com risco de morte sobretudo em crianças, idosos e indivíduos com outras doenças pré-existentes.

Reforço

Enquanto novas doses não chegam, equipes da SMS permanecem mobilizadas em ações de controle do mosquito Aedes aegypti, cuja picada da fêmea transmite dengue, zika e chikungunya. A ofensiva contará, a partir dos próximos dias, com o apoio do Exército, reprisando assim uma parceria estabelecida no ano passado.

O trabalho será realizado de forma integrada às estratégias já desenvolvidas em Porto Alegre, como mutirões de limpeza, visitas domiciliares e ações educativas em escolas. Os militares já são treinados nesta semana e devem reforçar as equipes nos próximos dias. No foco da iniciativa estão duas frentes principais:

– Atividades de conscientização da população, com equipes nas ruas.

– Apoio logístico na aplicação de inseticida nos bairros com maior número de casos.

“A parceria com o Exército é fundamental em momentos de maior incidência da doença. A união de esforços é essencial para que possamos ampliar as ações preventivas e proteger a população”, destacou o titular da SMS, Fernando Ritter.

O avanço dos casos de dengue motivou o poder público municipal a decretar situação de emergência, vigente desde o dia 17 de abril. Porto Alegre acumula neste ano mais de 4,6 mil testes positivos, com duas mortes. A Zona Norte é a região com a maior incidência de casos da doença.

(Marcello Campos)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Porto Alegre

Secretária da Saúde de Porto Alegre testa uso do “gás hilariante” em sedações odontológicas
Operação na Zona Norte de Porto Alegre apreende mais de 1,8 tonelada de fios e cabos furtados
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play