Sábado, 22 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 21 de novembro de 2025
Localizado em prédio da rua Riachuelo próximo à Caldas Júnior, no Centro Histórico de Porto Alegre, o prédio do Arquivo Público do Rio Grande do Sul (Apers) passa por novos trabalhos de qualificação de estruturas e espaços. As melhorias começaram a ser realizadas neste mês, a cargo da Secretaria de Obras Públicas (SOP). Trata-se de um dos diversos prédios históricos do Estado contemplados por reformas ou melhorias nos últimos três anos.
Outra obra já está em andamento no imóvel desde outubro. Juntas, somam um investimento de R$ 1 milhão, para instalação de elevadores, realização de impermeabilizações e ajuste do sistema de drenagem. Anteriormente, as coberturas dos prédios 2 e 3 também passaram por restauração.
Fundado em 1906, o Arquivo Público funciona em uma área de 5,3 mil metros quadrados e é composto por três edifícios construídos entre 1910 e 1950. O conjunto foi tombado, em 1991, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae).
Além de preservar documentos, o espaço é referência para pesquisadores e cidadãos interessados na história do Rio Grande do Sul. A instituição abriga cerca de 21 milhões de documentos dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além de registros civis e livros notariais.
Piratini e Sefaz
Prédios da administração estadual também estão em recuperação. O Palácio Piratini, por exemplo, recebeu R$ 1,3 milhão para manutenção de suas instalações elétricas.
Já a Secretaria da Fazenda (Sefaz), com frente para a avenida Siqueira Campos e fundos para a Mauá, terá R$ 19 milhões investidos, dentre obras iniciadas e concluídas. Os prédios gêmeos onde funciona a pasta estão com suas fachadas e seu pórtico em restauração, dentre outras intervenções, devolvendo-lhes as cores originais, descobertas após a retirada de diversas camadas de tinta que haviam sido colocadas sobre as paredes ao longo do tempo.
Com arquitetura neoclássica, os edifícios foram tombados pelo Estado, em 1987. A construção do bloco voltado para a avenida Mauá começou em 1919 e terminou na década seguinte. Originalmente destinada à administração do Cais Mauá, com o tempo passou por ampliações, abrigando as sedes do Banrisul e, posteriormente, da Sefaz.
A construção do segundo bloco, com frente para a Siqueira Campos, iniciou-se na década de 1930 e também recebeu ampliações ao longo dos anos. Foi ocupado por diferentes órgãos do Estado, até ser incorporado pela Fazenda, na década de 1970.
Outros prédios
Instituições de ensino que representam o pioneirismo na educação gaúcha também estão em recuperação. Em Santa Maria, o Instituto de Educação (IE) Olavo Bilac recebeu R$ 7,2 milhões para melhorias. Desse montante, R$ 6,4 milhões garantem a revitalização de dois prédios tombados. Em obras concluídas anteriormente foram investidos R$ 827,4 mil. Com mais de 120 anos, a escola é composta por sete prédios. Os dois mais antigos, são tombados pelo Iphae, desde 2013.
O IE Oswaldo Aranha, em Alegrete, está recebendo a primeira intervenção estrutural de grande porte desde a sua criação, em 1929. O prédio, que é dividido em dois blocos, e seu ginásio, passarão por uma recuperação completa, com investimento de R$ 3 milhões. Anteriormente, outros R$ 310 mil permitiram a manutenção das estruturas.
Em Porto Alegre, o grande destaque foi a devolução do IE General Flores da Cunha (avenida Osvaldo Aranha, no Bom Fim) à comunidade. Ficou fechado por uma década, com trabalhos tendo início e sofrendo interrupções e por várias vezes. Desta vez, porém, o governo do Estado colocou a obra como prioridade e concluiu o investimento de R$ 23,4 milhões, reabrindo as portas da instituição.
O prédio, inaugurado em 1935, é tombado desde 1997 pelo patrimônio municipal de Porto Alegre, como parte do Parque Farroupilha, e desde 2006, pelo Iphae. Seu interior preserva elementos arquitetônicos e artísticos que se destacam, como a pintura “A chegada dos casais açorianos”, a qual ornamenta o patamar intermediário das escadarias localizadas no saguão da escola.
Também na capital, o Colégio Estadual Paula Soares (rua General Auto, no Centro) está recebendo R$ 4,9 milhões em duas frentes de trabalho. A edificação começou a ser construída em 1918.
Em Jaguarão, prossegue a obra de estabilização da fachada do Colégio Estadual Carlos Alberto Ribas (Cecar). A escola funciona em um prédio construído em 1910 e tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 2012. O investimento do Estado é de R$ 489,6 mil.
No Hospital Psiquiátrico São Pedro, no bairro Partenon, entre obras concluídas, em execução e em contratação, são destinados R$ 7,9 milhões. As instalações foram inauguradas em 1884 para abrigar a primeira instituição psiquiátrica gaúcha.
O Museu da Brigada Militar recebeu R$ 1,5 milhão. Inaugurado em 1910, para funcionar como Linha de Tiro da corporação, o edifício foi convertido em museu em 1987. Três anos depois, foi tombado pelo Iphae. Desde o início dos anos 2000, encontra-se fechado ao público.
(Marcello Campos)