Sexta-feira, 16 de maio de 2025

Comércio varejista no Brasil cresce 0,8% em março

As vendas no comércio varejista cresceram 0,8% em março, na comparação com fevereiro deste ano. Com o resultado, o setor renova o maior patamar da série histórica iniciada em 2000, alcançado no mês anterior, e chega ao terceiro mês de crescimento após sequência números próximos ao zero no fim do ano passado. Ainda assim, número veio levemente abaixo do esperado pelos analistas de mercado, que projetavam alta de 1%.

Em comparação com março de 2024, o comércio teve queda de 1%;
No ano, o setor acumula alta de 1,2%;
Já em 12 meses, a expansão é de 3,1%.

Já no comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, o volume de vendas cresceu 1,9% na comparação com fevereiro. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira.

Mercado de trabalho sustenta consumo

Mesmo com o setor alcançando sucessivos recordes históricos, a expectativa de economistas ainda é de que o ritmo de expansão da economia deve desacelerar ao longo de 2025. Igor Cadilhac, economista do PicPay, menciona como motivos a redução dos estímulos fiscais e de crédito, além do impacto da inflação e dos juros elevados.

“Apesar desse cenário desafiador, a expectativa é de que a desaceleração seja relativamente moderada. Alguns fatores devem contribuir para sustentar o consumo das famílias, como o mercado de trabalho aquecido e o aumento da massa salarial”, disse ele, em comentário.

Para Rafael Perez, economista da Suno Research, o bom desempenho do varejo no primeiro trimestre do ano, com três números positivos, está diretamente ligado à resiliência do mercado de trabalho, com a contínua geração de empregos com carteira assinada, que tem impulsionado os rendimentos e levado a recordes na massa salarial.

“Esse movimento tem sustentado o consumo mesmo em um ambiente econômico mais desafiador. O crescimento do varejo se soma ao desempenho positivo da indústria e do setor de serviços no mês de março, indicando uma leve recuperação da atividade econômica. A combinação entre um mercado de trabalho sólido e os estímulos ao consumo e ao crédito por parte do governo devem mitigar os efeitos defasados da política monetária e da desaceleração da atividade econômica”, explica ele.

Alta nas principais atividades

O crescimento do comércio em março foi distribuído entre os diferentes segmentos analisados pela pesquisa. Seis das oito atividades tiveram alta, inclusive aquelas que tem mais peso, como de hiper e supermercados e a de produtos farmacêuticos. Mas o maior destaque desse mês ficou com o segmento de livros, jornais, revistas e papelaria (28,2%).

“O setor de livros, jornais, revistas e papelaria tem experienciado nos últimos anos um mês de fevereiro com crescimento pronunciado, sobretudo por conta de vendas de livros didáticos. No ano de 2025 esse desempenho positivo não aconteceu em fevereiro para o setor, se deslocando para março, por conta de variações no calendário escolar e variações nos momentos de fechamento de contratos novos”, explica o pesquisador do IBGE Cristiano Santos, gerente da pesquisa.

Outro destaque positivo do mês foi o grupo de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,0%). De acordo com Santos, o que explica o crescimento é a influência do dólar, por conta dos produtos eletrônicos importados.

“Como houve alta variação do dólar no início do ano, as empresas têm esperado momentos oportunos para renovação de estoques, provocando alta volatilidade no indicador de volume, com alta forte em janeiro, queda da mesma magnitude em fevereiro e posterior crescimento em março”, destaca o gerente da PMC.

Os grupos de outros artigos de uso pessoal e doméstico; artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria; tecidos, vestuário e calçados; além de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo também apresentaram crescimento esse mês.

Já pelo lado negativo, segmentos como móveis e eletrodomésticos e combustíveis e lubrificantes tiveram quedas na atividade. As informações são do portal O Globo.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Bolsa brasileira fecha aos 139 mil pontos pela primeira vez e bate novo recorde
Justiça proíbe financeiras de bloquearem celulares dados como garantia em empréstimos
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play