Domingo, 09 de novembro de 2025

Comitiva de senadores brasileiros aos Estados Unidos já custa quase R$ 500 mil, sem nenhuma reunião com governo Trump

O Senado já gastou quase R$ 500 mil para bancar as passagens e diárias que valem por uma semana de estadia à comitiva de oito senadores que foram aos Estados Unidos para tentar impedir a imposição das tarifas de 50% a produtos brasileiros pelo governo do presidente americano Donald Trump.

O grupo, chefiado pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) da Casa legislativa, Nelsinho Trad (PSD-MS), conversará com parlamentares dos partidos Republicano e Democrata, mas não se encontrará com funcionários de Trump.

Apenas com passagens, o Senado gastará R$ 275,4 mil – com diárias, a cifra chega a R$ 201,4 mil e seguro viagem, totalizando R$ 476,8 mil.

O Senado diz que que a missão tem “caráter suprapartidário, institucional e estratégico” para fortalecer os laços bilaterais entre os Legislativos de ambos os países e que a concessão de passagens e diárias para senadores em missão oficial obedecem às normas que estão no Portal da Transparência.

Os senadores devem encontrar Washington com pouco movimento, já que os Estados Unidos também estão em recesso parlamentar. A expectativa é que os diálogos foquem com representantes do setor privado americano.

Todos eles viajaram em missão oficial e, por isso, têm o direito de pedir reembolso de viagens a outro país e o custeio de diárias para permanecer nesse local, o que todos fizeram – com diferenças entre as solicitações.

Dois senadores – Rogério Carvalho (PT-SE) e Marcos Pontes (PL-SP) – pediram seis diárias em vez de sete. Jaques Wagner (PT-BA) preferiu não pedir reembolso da passagem aos Estados Unidos, solicitando apenas ressarcimento pelo seguro viagem, enquanto Pontes preferiu pedir reembolso apenas de uma viagem interna em solo americano e a volta.

Além de Trad, Pontes, Carvalho e Wagner, viajaram aos Estados Unidos Esperidião Amin (PP-SC), Fernando Farias (MDB-AL), Carlos Viana (Podemos-MG) e Tereza Cristina (PP-MS).

O Senado oferece US$ 629,61 (o que dá cerca de R$ 3.500) em diárias para que os senadores permaneçam em outro país fora da América do Sul. Esse valor costuma ser ajustado anualmente.

O presidente Trump afirmou no último domingo (27), que não deve adiar o início das tarifas prometidas para 1º de agosto a parceiros comerciais, o que inclui o Brasil. Wagner, que é líder do governo no Senado, disse em Washington que descarta a hipótese de mudança no prazo.

“O que a gente está fazendo é a diplomacia parlamentar. É preciso que os governos se entendam. A gente está aqui para contribuir”, afirmou.

Nessa segunda (28), os senadores brasileiros se encontraram com a embaixadora do Brasil nos EUA, Maria Luiza Viotti, o embaixador Roberto Azêvedo, e diplomatas brasileiros.

Nesta terça (29), haverá uma reunião com ao menos seis parlamentares dos partidos Republicano e Democrata.

Segundo Trad, outros parlamentares americanos demonstraram interesse na reunião desta terça. Mais informações sobre o encontro estão sendo preservadas para que “não haja nenhuma interferência no sentido de inibir ou cancelar qualquer agenda previamente marcada”. (Com informações do jornal O Estado de S. Paulo)

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