Domingo, 19 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 10 de maio de 2023
Preso há uma semana em decorrência de uma investigação da Polícia Federal que apura a suposta inserção de dados falsos de vacinação contra a covid nos sistemas do Ministério da Saúde, o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid tem recebido a visita de colegas militares, inclusive familiares.
Ocupando uma cela de 20 metros quadrados no Batalhão de Polícia do Exército de Brasília (BPEB), o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), aproveita o espaço entre a cama, o armário e a mesa de apoio para praticar exercícios físicos diariamente.
É também no cômodo que Mauro Cid recebe as quatro refeições: café da manhã, almoço, ceia e jantar. O local é vigiado 24 horas por dia por uma equipe da Polícia do Exército, responsável pela sua segurança.
No início da semana, o tenente-coronel recebeu a visita de oficiais do Comando de Operações Terrestres (Coter), onde ele estava lotado até ser alvo de um mandado de prisão preventiva, cumprido na última quarta-feira (3).
De acordo com as investigações, ele teria participação no esquema que envolve crimes como sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores. As fraudes teriam ocorrido entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, e tiveram como consequência a alteração dos dados dos beneficiários para a condição de imunizados contra a doença.
O inquérito apontou que, com isso, Cid, sua mulher Gabriela Santiago Ribeiro Cid, e as filhas do casal, além de Bolsonaro e sua filha Laura emitiram os respectivos certificados de vacinação fraudados e os utilizaram para, por exemplo, embarcarem para destinos internacionais, como os Estados Unidos. Na ação, outras cinco pessoas ligadas ao ex-presidente foram presas e 17 endereços sofreram buscas e apreensões.
Advogado
O criminalista Rodrigo Roca, que tem proximidade com a família do ex-presidente, sobretudo com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), deixou a defesa do coronel Cid. Ele afirma que a decisão foi motivada por “razões de foro profissional e impedimentos familiares”.
Os advogados Bernardo Fenelon e Bruno Buonicore assumiram o caso. A troca marca um distanciamento do do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro em relação ao ex-presidente.
Meses atrás, Rodrigo Roca deixou a defesa de outro aliado de Bolsonaro preso por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF): o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.