Terça-feira, 24 de junho de 2025

Como (e quando) o Universo vai acabar? Especialistas dizem acreditar que há três probabilidades mais prováveis

Uma das questões mais intrigantes da cosmologia moderna é o destino final do universo. Três hipóteses principais vêm sendo discutidas por pesquisadores: o grande congelamento, a grande ruptura e o grande colapso. Cada uma dessas teorias propõe um desfecho diferente para o cosmos, com base em modelos que tentam explicar sua origem e funcionamento.

Para entender como o universo pode acabar, é necessário compreender seu início. A teoria mais aceita é a do Big Bang, que sugere que, há cerca de 13,8 bilhões de anos, toda a matéria e energia estavam concentradas em um ponto extremamente denso e quente. A partir dessa explosão inicial, o universo começou a se expandir, processo que continua até hoje.

Segundo o físico Alexandre Zabot, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a cosmologia estuda o universo como um todo, sem se deter nos detalhes. Ele compara o trabalho dos cientistas à observação do fluxo de um rio: é possível analisar seu comportamento geral sem precisar entender cada molécula de água.

A teoria do grande congelamento considera que essa expansão continuará indefinidamente. Com o tempo, as galáxias ficarão cada vez mais distantes umas das outras e o universo se tornará frio e escuro. Estrelas deixarão de se formar por falta de gás suficiente, e as já existentes eventualmente morrerão. O pesquisador Raul Abramo, da USP, afirma que esse cenário levaria a um “cemitério cósmico”, onde tudo se tornaria inerte e gelado.

Outra possibilidade é o chamado big rip, ou grande ruptura. Essa teoria parte do princípio de que a energia escura – força que se opõe à gravidade e acelera a expansão do universo – pode se tornar dominante até nas escalas menores, desintegrando galáxias, sistemas planetários e, eventualmente, até átomos e o próprio espaço-tempo. Zabot destaca que, nesse cenário, o universo seria dilacerado por dentro.

A terceira hipótese é o grande colapso. De acordo com ela, a gravidade pode um dia superar a força de expansão e fazer com que o universo comece a encolher. Nesse processo, todas as partículas se aproximariam novamente, aumentando a densidade e o calor, até retornar a um estado semelhante ao do Big Bang. Alguns cientistas sugerem que isso indicaria um ciclo eterno de expansão e contração.

Apesar das teorias, não há consenso sobre qual caminho o universo seguirá. Abramo ressalta que não há qualquer indício atual de que uma ruptura ou colapso esteja próximo. Os cientistas trabalham com estimativas de trilhões de anos até que qualquer um desses desfechos ocorra.

Um estudo recente da Universidade Radboud, na Holanda, indica que o fim do universo pode acontecer mais cedo do que se pensava. Segundo os pesquisadores, os últimos remanescentes estelares devem desaparecer em cerca de 10^78 anos. Antes, estimativas apontavam para 10^1100 anos.

Mesmo com essa revisão, o fim segue extremamente distante. Como aponta Zabot, se o universo tem cerca de 13,8 bilhões de anos, ainda faltam 986,2 bilhões de anos até que ele complete seu primeiro trilionésimo aniversário. Em resumo, embora o debate sobre o fim do universo avance, ele permanece mais como uma especulação científica do que uma preocupação concreta.

 

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