Sábado, 16 de agosto de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 15 de agosto de 2025
A cantora Maiara, da dupla sertaneja com Maraisa, revelou recentemente em suas redes sociais que convive com alopecia androgenética desde a infância. A condição, que provoca a queda progressiva dos fios, afeta milhões de pessoas no Brasil e ainda é pouco discutida fora dos consultórios médicos. O relato da artista, no entanto, ajuda a lançar luz sobre os desafios — estéticos e emocionais — enfrentados por quem vive com o diagnóstico.
“Uso tela porque tenho pouco cabelo. Faço os tratamentos […] mas é isso. Logo devo encarar um implante, porque existe implante para a mulherada também”, disse a cantora em seus stories, gerando repercussão entre seguidores e especialistas da área de beleza e saúde capilar.
Entre as possíveis alternativas de enfrentamento da condição, o mega hair tem sido considerado por algumas mulheres como uma forma de amenizar os efeitos visuais da rarefação dos fios, e, consequentemente, de preservar ou recuperar a autoestima. O cabeleireiro Mateus Rocha, que atua há duas décadas na área, aponta que, embora nem sempre indicado, o método pode ser viável em alguns contextos, desde que adotado com critério.
“Existe uma ideia equivocada de que quem tem alopecia não pode usar mega hair. O importante é avaliar cada caso com cuidado, considerar o estágio da queda e escolher a técnica certa, sempre com acompanhamento profissional”, afirma o especialista.
De acordo com Rocha, o uso do aplique pode ser temporário e funcionar como um apoio durante o tratamento médico, desde que não sobrecarregue o couro cabeludo nem provoque tração nos fios já fragilizados. “Quando o quadro está ativo, é fundamental optar por métodos menos invasivos, que respeitem a saúde capilar e a sensibilidade da paciente.”
O profissional já atendeu mulheres com diferentes graus de alopecia, incluindo influenciadoras e ex-participantes de reality shows, como Kamilla Salgado, Cabrita e Cris Piza. O desejo mais comum entre elas, segundo ele, vai além da estética. “Muitas só querem voltar a se reconhecer no espelho. O mega, nesses casos, não é só sobre volume ou comprimento, mas sobre identidade e retomada da confiança”, destaca.
Dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) estimam que cerca de 42 milhões de brasileiros convivem com algum tipo de alopecia. A forma androgenética, mais frequente, tem origem genética e hormonal, e pode se manifestar ainda na juventude. Cerca de 25% dos casos ocorrem entre os 20 e 25 anos.
Rocha reforça que, apesar do impacto visual da perda capilar, soluções como o mega hair devem ser utilizadas com responsabilidade. “Mais do que um recurso estético, ele pode ser uma ferramenta de acolhimento. Mas só se for aplicado com técnica, consciência e cuidado”, conclui.