Segunda-feira, 10 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 9 de novembro de 2025
Em busca de relevância nas discussões globais sobre o clima, a COP30, em Belém (PA), deve ter uma adesão menor de líderes internacionais na comparação com edições recentes da conferência, como a COP29, que aconteceu em Baku, no Azerbaijão, em 2024; e a COP28, que ocorreu em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, em 2023.
Nas redes sociais, críticos ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm chamado a COP30 de “FLOP30”, destacando a menor participação de líderes nesta edição, em Belém. Segundo a lista oficial divulgada pela assessoria de imprensa da COP30 ao Valor, participaram 28 chefes de Estado ou de governo, entre eles 15 presidentes, 11 primeiros-ministros e 2 líderes da realeza.
Esse número representa quase metade dos chefes de Estado que compareceram na edição anterior, a COP29, realizada em Baku, no Azerbaijão, entre 11 e 22 de novembro de 2024. Na época, segundo a lista de oradores do alto nível para Chefes de Estado e de Governo, compareceram ao evento 59 chefes de Estado, incluindo 29 presidentes e 30 primeiros-ministros.
Algumas ausências já eram esperadas na COP30, com as dos presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Argentina, Javier Milei.
Também há situações em que o país enviou algum representante no lugar do chefe de Estados, como no caso da China, que enviou o vice-primeiro-ministro, Ding Xuexiang, no lugar do presidente Xi Jinping.
Na COP de Baku, no ano passado, o número de chefes de Estado que marcaram presença foi de 75 líderes. Já na COP28, realizada em 2023 em Dubai, a quantidade foi substancialmente maior, com o site oficial da Convenção das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima noticiando a participação de “mais de 150 chefes de Estado e de governo”.
Entre os líderes que confirmaram participação na COP de Belém, estão representantes de países como Alemanha, França, Reino Unido e Noruega. Dos países mais próximos ao governo brasileiro, estão confirmados Colômbia, Chile, Cabo Verde e Libéria. Ao todo, representantes de 170 países já chegaram na capital paraense.
Na prática, a Cúpula do Clima busca dar peso político às negociações que se seguirão pelas próximas duas semanas de COP. A cada ano, um país recebe o encontro, que tem como principal missão buscar formas de implementar a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês). Esse documento foi adotado por diversos países em 1992, justamente em uma conferência no Brasil, a Rio-92. Desde então, a meta geral passou a ser a de estabilizar a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera.
As COPs começaram em 1995, na Alemanha. Agora, 30 anos depois, vai ser a vez de o Brasil reunir líderes de todo o mundo, pela primeira vez realizado na Floresta Amazônica, bioma considerado essencial no equilíbrio climático global.
O principal objetivo da COP é definir medidas necessárias para limitar o aumento da temperatura do planeta a 1,5ºC até o final deste século, acelerando a implementação do que foi negociado nas COPs anteriores, principalmente a de 2015, em Paris.