Terça-feira, 20 de maio de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 19 de maio de 2025
Computadores quânticos estão em desenvolvimento por empresas de tecnologia, universidades e laboratórios ao redor do mundo. Diferente dos computadores tradicionais, que processam informações em bits, os computadores quânticos utilizam qubits, capazes de representar múltiplos estados ao mesmo tempo por meio do fenômeno da superposição.
Segundo o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), essa capacidade permite que computadores quânticos resolvam problemas complexos com velocidade exponencialmente superior à dos computadores convencionais. Entre os exemplos citados estão simulações de moléculas, otimização de sistemas logísticos e algoritmos de aprendizado de máquina.
Empresas como IBM, Google e a startup canadense D-Wave lideram iniciativas de pesquisa na área. Em 2019, o Google anunciou ter atingido a chamada “supremacia quântica”, ao realizar uma tarefa específica em 200 segundos que levaria cerca de 10 mil anos em um supercomputador clássico, conforme estudo publicado na Nature.
Apesar do avanço, os computadores quânticos ainda enfrentam desafios técnicos. Um dos principais é a correção de erros gerados pela instabilidade dos qubits. A IBM afirma em seu roadmap que pretende lançar computadores com mais de 10 mil qubits até 2029, mas ressalta a necessidade de desenvolver algoritmos resistentes a falhas.
Na área da segurança digital, especialistas do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos Estados Unidos (NIST) alertam que a criptografia atual poderá ser quebrada por computadores quânticos no futuro. Para isso, a instituição desenvolve novos padrões de criptografia pós-quântica.
Pesquisadores da Universidade de Oxford destacam que a aplicação prática dos computadores quânticos ainda depende de avanços em sistemas de controle, resfriamento e isolamento. A maioria dos protótipos opera em temperaturas próximas ao zero absoluto para evitar interferência térmica.
Na indústria farmacêutica, a expectativa é que os computadores quânticos possam simular reações químicas com precisão maior do que os modelos computacionais existentes. A farmacêutica Roche e a empresa quântica Rigetti colaboram em testes para acelerar a descoberta de novos medicamentos.
Economistas da consultoria McKinsey preveem que a computação quântica poderá impactar setores como finanças, energia e materiais, com potencial para gerar valor econômico de até US$ 1 trilhão nas próximas décadas, dependendo da evolução tecnológica e da adoção comercial.
Governos também investem na tecnologia. A União Europeia mantém o projeto Quantum Flagship, com orçamento de 1 bilhão de euros. Nos Estados Unidos, o Quantum Initiative Act autoriza investimentos federais em pesquisa e formação de profissionais especializados.
Embora ainda não sejam acessíveis ao público geral, os computadores quânticos são considerados uma das maiores apostas para redefinir a capacidade de processamento de dados e impulsionar áreas estratégicas da ciência e da economia.