Segunda-feira, 29 de dezembro de 2025

Condenado na trama golpista se entrega à Polícia Federal para cumprir prisão domiciliar

O tenente-coronel do Exército Guilherme Almeida Marques, condenado a 13 anos e 6 meses de prisão por participação na trama de golpe, se apresentou nesta segunda-feira (29) à Polícia Federal (PF), em Goiânia (GO), para o cumprimento de prisão domiciliar.

A medida foi determinada no último sábado (27) pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF).

A decisão de decretar a prisão domiciliar de dez condenados pelo plano de golpe foi tomada após o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques ser preso no Paraguai, quando tentava embarcar para El Salvador depois de ter rompido a tornozeleira eletrônica.

Almeida Marques estava na Bahia e avisou que retornaria para sua residência para o cumprimento da decisão judicial.

Assim como os demais alvos, o tenente-coronel terá de usar tornozeleira eletrônica e está proibido de usar redes sociais, manter contato com outros investigados e receber visitas. Ele também deverá entregar o seu passaporte.

Ao impor as medidas aos condenados da trama do golpe, Moraes citou o caso de Silvinei e a fuga do ex-deputado e ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem para os Estados Unidos.

Entenda

O ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão domiciliar de dez condenados pela trama golpista ocorrida durante o governo de Jair Bolsonaro.

A lista é formada por sete militares do Exército, uma delegada da Polícia Federal, o presidente do Instituto Voto Legal, Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, e Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais do ex-presidente.

Todos são réus dos núcleos 2, 3 e 4 da acusação de golpe de Estado e foram condenados pela Corte, mas recorrem em liberdade.

Pela decisão, os acusados deverão usar tornozeleira eletrônica e entregar os passaportes, além de estarem proibidos de ter contato com outros réus e de usar redes sociais. O porte de arma também foi suspenso.

As prisões domiciliares foram determinadas por Alexandre de Moraes para evitar novas fugas. O ex-diretor da PRF Silvinei Vasques foi detido no Paraguai, por autoridades locais, após fugir do Brasil e tentar embarcar para El Salvador com passaporte falso.

No entendimento de Moraes, há uma estratégia dos condenados pelos atos golpistas para fugir do país. O ministro citou diversos casos de fuga de réus nas ações penais do 8 de janeiro, entre eles, a do ex-deputado Alexandre Ramagem.

“O modus operandi da organização criminosa condenada pelo Supremo Tribunal Federal indica a possibilidade de planejamento e execução de fugas para fora do território nacional, como feito pelo réu Alexandre Ramagem, inclusive com a ajuda de terceiros”, argumenta o ministro na decisão.

Quem são os presos:

* Filipe Martins – ex-assessor de Assuntos Internacionais do ex-presidente Jair Bolsonaro: 21 anos de prisão;
* Marília de Alencar, delegada da PF e ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça: 8 anos e 6 meses de prisão.
* Ailton Gonçalves Moraes Barros, major da reserva do Exército: 13 anos de prisão;
* Giancarlo Gomes Rodrigues, subtenente do Exército: 14 anos de prisão
* Bernardo Romão Correa Netto, coronel do Exército: 17 anos de prisão;
* Ângelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército: 17 anos de prisão;
* Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros , tenente-coronel: 17 anos de prisão;
* Guilherme Marques de Almeida, tenente-coronel do Exército: 13 anos e 6 meses de prisão;
* Fabrício Moreira de Bastos, coronel: 16 anos de prisão;
* Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, presidente do Instituto Voto Legal: 7 anos e 6 meses de prisão.

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