Domingo, 27 de abril de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 26 de abril de 2025
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou para baixo sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2025. O índice, que era de 2,4%, passou para 2,3%, conforme detalhado em relatório da entidade sobre o desempenho econômico do primeiro trimestre.
“Reduzimos um pouco a projeção de crescimento do País para esse ano, porque a desaceleração da economia está sendo mais forte do que a CNI esperava e porque o Banco Central dá sinais de que vai elevar ainda mais a taxa Selic”, explica o diretor de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles.
Para a indústria, a previsão de crescimento é de 2% em 2025, bem abaixo dos 3,3% registrados no ano passado. A CNI também prevê que a Selic, atualmente em 14,25% ao ano, termine dezembro em 14,75%. Já o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar o ano em 5,1%, ainda conforme a confederação.
A expectativa de menor expansão da demanda deve impactar tanto a indústria quanto os serviços. A CNI projeta um crescimento de 1,9% para a indústria de transformação em 2025, metade do registrado em 2024 (3,8%). A construção civil também deve apresentar desaceleração, passando de 4,3% em 2024 para 2,2% em 2025.
Em contrapartida, a indústria extrativa deve crescer 1% em 2025, superando os 0,5% de 2024. A agropecuária também deve apresentar recuperação, com crescimento estimado de 5,5% em 2025, após uma queda de 3,2% no ano anterior.
A CNI projeta uma taxa de juros real de 9,8% ao ano para o final de 2025, superior aos 7% de 2024. As concessões totais de crédito devem crescer 6,5% em termos reais, abaixo dos 10,6% de 2024.
Já as despesas do governo devem apresentar crescimento real de 2%, inferior aos 3,7% de 2024. O consumo das famílias deve aumentar 2,2%, menos da metade do registrado em 2024 (4,8%).
A projeção para o contingente de pessoas ocupadas no mercado de trabalho é de 0,5% em 2025, inferior aos 2,8% de 2024. A massa salarial deve crescer 4,8%, menos que os 7,6% de 2024. Os investimentos no país devem crescer 2,8% em 2025, abaixo dos 7,3% de 2024.
Panorama internacional
No cenário externo, a CNI avalia que a nova política tarifária do presidente norte-americano Donald Trump pode afetar a economia brasileira. A entidade destaca que o redesenho do comércio global tende a restringir as trocas comerciais, afetando negativamente algumas exportações brasileiras.
Por outro lado, alguns setores podem se beneficiar de desvios de comércio, ganhando competitividade e acesso a novos mercados. “Esses mesmos desvios podem estimular a entrada de mais produtos importados no País, o que representa um risco adicional à indústria brasileira – especialmente em um cenário de demanda interna moderada”, diz a entidade. (com informações da rede CNN)