Segunda-feira, 20 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 13 de agosto de 2025
O empate sem gols entre Atlético Nacional, da Colômbia, e São Paulo, pela ida das oitavas de final da Copa Libertadores, ficou marcado por cenas lamentáveis fora das quatro linhas. No estádio Atanasio Girardot, em Medellín, parte da torcida colombiana invadiu o setor destinado aos são-paulinos e iniciou uma série de agressões, gerando pânico entre os presentes.
Gabriela Martins, torcedora do São Paulo estava no setor visitante acompanhada da mãe e do irmão. Ela relatou que o clima era amistoso antes da partida, com torcedores dos dois clubes interagindo de forma respeitosa.
“Brincaram, tiraram fotos, gravamos vídeos juntos. Tudo em tom leve e amistoso”, contou Gabriela, que chegou ao estádio vestida com a camisa do São Paulo, mesmo estando entre torcedores locais.
Segundo Gabriela, o problema começou após o fim do jogo, quando torcedores do Atlético Nacional romperam a frágil separação entre os setores — uma simples fita plástica — e invadiram o espaço tricolor. Tijolos, pedras e garrafas de vidro foram arremessados, e houve registro de gestos racistas por parte de um torcedor colombiano, que teria imitado um macaco.
Jogadores do São Paulo, ainda saindo de campo, se mostraram preocupados com a briga e observaram, à distância, o que acontecia com os torcedores.
A torcedora destacou que o setor contava com familiares de jogadores, como Ferraresi, e que a falta de estrutura física para separar as torcidas foi determinante para o caos.
“Não havia qualquer tipo de proteção no local. Descemos para a área da escada para nos proteger, mas era virada para a rua, e os torcedores que já tinham saído começaram a jogar objetos”, relatou.
A polícia colombiana, após reforço, conduziu parte dos torcedores para dentro de um banheiro até que a situação se acalmasse. Gabriela reconheceu o esforço dos agentes, mas criticou a falta de preparo: “Dá para ver que eles estavam querendo ajudar, não foi aquela postura de colocar a torcida na pior. Mas realmente faltou preparo.”
Apesar do susto, ela elogiou o atendimento médico e revelou ter recebido mensagens de colombianos pedindo desculpas após o ocorrido. “Tem gente ruim em toda torcida, de qualquer clube. Antes da partida, a recepção foi incrível, mas a falta de preparo na segurança permitiu que a confusão chegasse nesse ponto”, concluiu.
O São Paulo, com o empate em 0 a 0 com o Atlético Nacional, precisa de uma vitória simples na próxima terça-feira, às 21h30 (de Brasília), no Morumbis, para se classificar para as quartas de final da Libertadores.