Quinta-feira, 18 de abril de 2024

Conselho da Petrobras deve se reunir na próxima segunda-feira para analisar indicação de Caio Andrade à presidência

O conselho de administração da Petrobras deve se reunir somente na próxima segunda-feira (27) para aprovar ou não a indicação de Caio Paes de Andrade à presidência da estatal. O governo pressionava por uma definição ainda nesta semana, mas alguns conselheiros teriam convencido o Planalto de que o melhor é dar mais tempo para o colegiado analisar o relatório do Comitê de Elegibilidade (Celeg), sobre Paes de Andrade, a ser entregue nesta sexta-feira (24).

A tendência é que Paes de Andrade, atualmente secretário de Desburocratização do Ministério da Economia, seja confirmado presidente da Petrobras na própria segunda-feira.

O documento do Celeg analisa a integridade e competência do indicado da União, mas tem caráter consultivo, ou seja, influencia, mas não determina a aprovação de Paes de Andrade. Se confirmado no cargo, ele será o quarto presidente da Petrobras no governo Jair Bolsonaro.

Um conselheiro com boa interlocução no governo disse que a ideia de convocar a reunião na segunda-feira já foi acolhida pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira. Segundo a fonte, o conselho argumenta que a melhor estratégia seria dar tempo para que seus membros avaliem “sem pressa” o laudo sobre a integridade e competência de Paes de Andrade para o cargo. A informação foi confirmada por dois outros conselheiros, um eleito pela União e outro por acionistas minoritários.

Sem consenso

A opinião não é consenso no conselho de administração da Petrobras. Alguns conselheiros, como Rosângela Buzzanelli, indicada pelos empregados da Petrobras, têm apontado publicamente inconsistências no currículo de Paes de Andrade, formado em Comunicação Social com pós-graduação em administração e passagens pela direção de empresas de tecnologia.

Eles argumentam que Paes de Andrade não preenche os requisitos legais mínimos para comandar a Petrobras. Ainda assim, apurou o Estadão, a tendência é que o indicado da União seja aprovado.

Três conselheiros, que concordaram em reunir o conselho na segunda-feira, defendem que há um rito processual a ser respeitado. Se a reunião fosse convocada para amanhã, diz um deles, somente os membros que integram o Comitê de Pessoas (Cope) – Francisco Petros e Luiz Henrique Caroli – estariam plenamente informados sobre o conteúdo do relatório do Celeg.

Isso porque eles participam da redação do relatório junto dos membros externos Ana Silvia Matte e Tales Bronzato. Os outros oito membros ativos do conselho, argumenta, precisam de mais tempo para analisar o relatório e formular seus votos.

Após a renúncia do ex-presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, que também tinha uma cadeira no conselho de administração, dez conselheiros estão aptos para deliberar sobre a indicação de Paes de Andrade: cinco são indicados pela União, quatro foram eleitos por acionistas minoritários e um foi indicado pelos empregados da estatal.

O governo, portanto, vai precisar de, pelo menos, um voto para além dos seus indicados para confirmar Paes de Andrade no comando da empresa.

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