Quarta-feira, 03 de setembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 2 de setembro de 2025
A Casa do Cooperativismo na Expointer 2025 sediou o bate-papo “ESG que Transforma”, que destacou iniciativas inovadoras das cooperativas Aurora, Coasa e Cooperlíquidos, reforçando o papel do cooperativismo na economia circular e na sustentabilidade. Além de apresentar cases concretos, a discussão abordou o papel essencial do cooperativismo no cotidiano dos brasileiros. Desde a alimentação até serviços financeiros e de saúde, o painel revelou que o modelo cooperativista é referência no Rio Grande do Sul e inspira outras regiões do país.
Mediado pela jornalista e especialista em ESG, Giuliana Morrone, autora do livro Mitos e Verdades sobre ESG, que conta com um capítulo específico sobre cooperativismo, o evento ocorreu nesta segunda-feira (1º). A gerente de Sustentabilidade da Aurora, Cassandra Giacomazzi, apresentou a experiência da empresa com o uso de embalagens TetraPak, que reduzem impactos ambientais e reforçam o compromisso da cooperativa com a economia circular, além de potencializar negócios. Em 2025, 60% do suco que é distribuído no mercado já é entregue em embalagens de vidro e este número deve ser ampliado até o final deste ano.
O engenheiro agrônomo da Coasa, Ronaldo Scariot, expôs as iniciativas de cuidado com o solo, assegurando produtividade com preservação ambiental. Por meio do projeto Operação 365, que consiste na cobertura vegetal do solo durante os 365 dias do ano, a cooperativa trabalha o sequestro de carbono, evitando a erosão das terras, diminuindo o uso de fertilizantes sintéticos e aumentando para três o número de safras ao ano.
Por fim, a presidente da Cooperlíquidos, Etiane Clavijo, mostrou como as certificações de sustentabilidade da empresa se tornaram diferenciais competitivos e geradores de valor. Certificada por atender padrões globais de qualidade, incluindo gestão ambiental, a cooperativa realiza inventário de emissões de gases de efeito estufa com o objetivo de se tornar carbono neutro. Entre suas medidas, estão a renovação de 80% da frota em um ano – reduzindo os veículos mais velhos que emitem mais CO2 –, descarte correto de resíduos, descontaminação, tratamento de efluentes e monitoramento contínuo das emissões.
RS é exemplo para outros estados
Em sua apresentação, Giuliana enfatizou que o ESG considera as mudanças climáticas, desigualdades sociais e impacto financeiro. “Não existe um modelo melhor que o cooperativismo, e o Rio Grande do Sul é um dos berços no Brasil, pois as cooperativas gaúchas são um exemplo para os outros estados”, destacou a palestrante.
Para o presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Darci Hartmann, o cooperativismo gaúcho enfrenta desafios crescentes relacionados às mudanças climáticas, mas é uma iniciativa que pode contribuir na construção de um futuro melhor. “O cooperativismo é feito por pessoas comprometidas com gestão profissional, respeito ao associado e desenvolvimento da comunidade, capazes de encontrar soluções para preservar o meio ambiente e melhorar a vida das próximas gerações”, concluiu.
ESG
ESG é a sigla em inglês para Environmental, Social and Governance, que em português significa Ambiental, Social e Governança. Refere-se a um conjunto de práticas e critérios que avaliam o quão sustentável e responsável uma organização é em relação ao meio ambiente, ao tratamento que dá às pessoas (colaboradores, clientes, comunidade) e à ética e transparência na sua administração.