Quinta-feira, 13 de novembro de 2025

COP30: ONU cobra plano do governo brasileiro para corrigir falhas de segurança e infraestrutura

A Organização das Nações Unidas (ONU) cobrou ao governo brasileiro uma reação rápida para solucionar falhas de segurança e problemas estruturais que têm afetado a COP30, em Belém do Pará.

O incidente principal ocorreu por volta das 19h20 na terça (11), logo depois da entrevista coletiva que apresentou o balanço do dia.

Um grupo com dezenas de pessoas tentou invadir a blue zone. Os manifestantes passaram pelas portas do pavilhão e tentaram avançar rumo aos espaços onde estavam os participantes da conferência. Eles foram impedidos e acabaram entrando em confronto com os seguranças da COP.

A demanda foi feita em uma carta enviada pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC) a Rui Costa, ministro da Casa Civil (que coordena as atividades relacionadas à cúpula), e a André Corrêa do Lago, presidente da conferência.

No documento, o secretário-executivo Simon Stiell relata que a tentativa de invasão ocorrida na noite de terça-feira, quando um grupo estimado em 150 ativistas entrou no pavilhão, deixou feridos, causou danos e expôs “brechas graves” no controle do evento.

Stiell destaca que o efetivo policial estava no local, mas não conteve a ação, e menciona que, na manhã seguinte, novos protestos ocorreram dentro de uma área que deveria ser restrita.

“Isso contraria o plano de segurança”, diz ele na carta. O texto descreve ainda uma série de vulnerabilidades, entre elas:

– portas sem monitoramento,
– contingente de segurança abaixo do necessário
– e ausência de garantias de resposta rápida das forças federais e estaduais.

A ONU também chama atenção para problemas de infraestrutura registrados nos últimos dias, como:

– calor excessivo em pavilhões,
– falhas de climatização,
– infiltrações provocadas pelas chuvas
– e riscos associados a água próxima de instalações elétricas.

“Diversas delegações expressaram séria preocupação com relação às más condições dos escritórios disponibilizados”, diz o texto.

“Agradeceria se fosse possível elaborar um plano, a ser comunicado às delegações, sobre como as condições nos escritórios das delegações serão melhoradas até o final do dia. A transparência em nosso processo é de suma importância”, concluiu Stiell.

A Casa Civil da Presidência da República afirmou que “todas as solicitações da ONU têm sido atendidas” após o protesto que marcou o segundo dia da COP30.

O órgão, que coordena as atividades relacionadas à cúpula, afirmou que não esteve envolvido “na tomada de decisão das forças de segurança pública referente aos protestos” e que “a segurança interna da Blue Zone está a cargo do Departamento das Nações Unidas para Segurança e Proteção (UNDSS, na sigla em inglês).

Segundo o governo, representantes das esferas federal e estadual se reuniram na quarta-feira (12), com o UNDSS para “a reavaliação dos meios e quantitativos policiais para preservação dos perímetros de segurança Laranja e Vermelha da COP30”, que, de acordo com a nota, “também foram ampliados”.

A Casa Civil informou ainda que houve “ampliação do espaço intermediário entre as Zonas Azul e Verde para aumentar a prevenção de incidentes semelhantes”, além de atuação conjunta da Força Nacional e da Polícia Federal nesse trecho.

A nota também cita o “fortalecimento do perímetro com instalação de gradis, barreiras metálicas e estruturas de contenção adicionais em pontos vulneráveis”.

Sobre o conforto térmico, a Casa Civil diz que houve “instalação de novos aparelhos de ar-condicionado nas tendas” e envio de “unidades adicionais do modelo sprint nas salas com falhas de climatização”.

A pasta afirmou ainda que “não houve alagamento do local do evento, e sim ocorrências localizadas, como goteiras”.

Segundo o governo, os vazamentos registrados no Media Center e no Posto de Saúde 2 foram causados “por rompimento de calhas”, que já teriam sido “prontamente reparados, com substituição e vedação das estruturas”.

A Casa Civil informou que todas as questões operacionais vêm sendo tratadas “diariamente nos pontos de controle realizados em conjunto com a UNFCCC”, o que, segundo a nota, garante “a correção contínua de temas inerentes a um evento dessa dimensão”.

 

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