Terça-feira, 30 de dezembro de 2025

Correios anunciam plano de recuperação com fechamento de mil agências e demissão de 15 mil funcionários

A diretoria dos Correios apresentou nesta segunda-feira (dia 29) um plano de recuperação financeira que prevê uma série de medidas para reduzir despesas e reequilibrar as contas da empresa. Entre as principais ações estão o fechamento de mil agências consideradas deficitárias e a demissão de 15 mil funcionários até 2027.

De acordo com a estatal, a proposta combina cortes de gastos com iniciativas voltadas ao aumento de receitas e tem como objetivo encerrar um período de prejuízos e permitir que os Correios voltem a registrar lucro a partir de 2027.

Confira as principais medidas anuciadas abaixo:

Empréstimo de R$ 12 bilhões (R$ 10 bilhões neste ano, e R$ 2 bilhões em 2026).
Mais R$ 8 bilhões em operação de crédito em 2026
Plano de demissão voluntária para 15 mil funcionários com economia de R$ 2,1 bilhões anuais
Revisão de planos de saúde, com economia de R$ 700 milhões
Fechamento de mil agências deficitárias e redesenho da malhas, com impacto positivo de R$ 2,1 bilhões
Novas parcerias e diversificação de atividades (serviços financeiros e seguros), com ganho esperado de R$ 1,7 bilhão
Venda e alienação de imóveis e ativos, com receita estimada de R$ 1,5 bilhão
Empréstimo de R$ 4,4 bilhões com banco dos Brics para modernização de serviços e tecnologias
Contratação de consultoria para rever modelo organizacional e societário

Mesmo com as medidas, os Correios devem apresentar um déficit de em torno de R$ 9 bilhões em 2025. A tendência é de que haja um prejuízo ainda maior no ano que vem, segundo o presidente da empresa. Os Correios só devem voltar a dar lucro a partir de 2027.

O plano será implementado para reverter 12 trimestres seguidos de prejuízos das empresa. Atualmente, a empresa enfrenta um déficit estrutural de mais de R$ 4 bilhões anuais por causa do cumprimento da universalização do serviço postal em locais remotos.

Empréstimo de R$ 12 bilhões

Os Correios já fecharam um empréstimo de R$ 12 bilhões com um grupo de cinco bancos. A previsão é de que R$ 10 bilhões sejam desembolsados já em 2025, e os R$ 2 bilhões restantes em 2026. A operação de crédito foi realizada com Bradesco, Itaú, Santander, Caixa e Banco do Brasil, com garantia da União.

Segundo o plano apresentado nesta segunda, este dinheiro será usado para a primeira da reestruturação, focada na recuperação de liquidez dos Correios. No curto prazo, a verba será usada para pagar obrigações da estatal, como o pagamento de salários, dos precatórios e de dívidas em atraso. Assim, a empresa deve voltar a ficar adimplente.

— Isso vai permitir a adimplência de contratos, recuperar o desempenho da qualidade da operação, o que tem potencial para fazer a receita voltar a crescer. E depois voltar a ter confiança no mercado — disse o presidente da empresa.

Recuperação de receitas

A estatal ainda anunciou que vai buscar novas estratégias para conseguir alavancar as receitas. O objetivo é chegar a R$ 21 bilhões em 2027. Em 2024, a receita total dos Correios foi de R$ 18,9 bilhões. Em 2023, de R$ 19,2 bilhões, e R$ 19,8 bilhões em 2022.

Para aumentar o faturamento, a empresa deve buscar parcerias com o setor privado, e ampliar seus serviços.

— Esse é um perfil que de dinâmica de mercado que aconteceu no mundo inteiro, e algumas empresas de Correios conseguiram se adaptar de forma mais célere e assertiva do que os Correios do Brasil. Via de regra, todas elas passaram a buscar outras fontes de receita para compor esse portfólio de produtos e serviços que foi alterado pela dinâmica de mercado — disse Rondon.

Entre as estratégias para isso, está previsto um investimento R$ 4,4 bilhões entre 2027 e 2030, por meio de um empréstimo do Novo Banco de Desenvolvimento do Brics, comandado pela ex-presidente Dilma Rousseff.

Esses recursos serão “destinados à automação de centros de tratamento, renovação e descarbonização da frota, modernização da infraestrutura de TI e redesenho da malha logística”, segundo os Correios. Com informações do portal Extra.

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