Segunda-feira, 26 de maio de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 13 de dezembro de 2021
As correntes oceânicas da Terra são conhecidas como a “esteira de transporte global” – um sistema planetário que move a água quente para o norte e a água fria para o sul. Agora, a corrente mais forte de todas está se acelerando – e a culpa é dos humanos.
Esta é a conclusão de um estudo publicado na revista Nature Climate Change que encontrou uma “aceleração robusta” na Corrente Circumpolar Antártica (ACC, na sigla em inglês).
A corrente que circula a Antártica é a mais forte do planeta e a única que não é bloqueada por nenhuma massa de terra. A enorme corrente circular leva água no sentido horário ao redor do globo, empurrando mais água do que qualquer outra corrente e mantendo a Antártica fria.
Os cientistas usaram décadas de dados para o estudo, incluindo dados de satélite sobre a altura da superfície do mar e informações coletadas pela Argo, uma frota internacional de instrumentos robóticos que flutuam em todos os oceanos do mundo.
Embora a corrente seja impulsionada principalmente pelo vento, os pesquisadores descobriram que a aceleração se deve em grande parte às mudanças nas temperaturas dos oceanos. Quando a diferença de temperatura entre as águas quentes e frias aumenta, as correntes que as circundam se aceleram.
É isto que está acontecendo com a Corrente Circumpolar Antártica, e os pesquisadores dizem que a culpa é do aquecimento global causado pelo homem. A região absorve grande parte do calor que a atividade humana lança na atmosfera. Os pesquisadores calculam que a tendência irá continuar enquanto o planeta seguir esquentando.
Enquanto ainda trabalham para entender as consequências das correntes aceleradas, os cientistas acreditam que uma circulação mais rápida mudará a forma como o calor se distribui pelos oceanos do mundo e afetará a vida marinha em áreas que recebem águas mais quentes.
No início deste ano, pesquisadores descobriram que a corrente também se acelerou no passado – entre 115.000 e 130.000 anos atrás, durante o último período interglacial. Essa aceleração pode ter causado tudo, desde mudanças climáticas até um declínio na capacidade oceânica de absorver dióxido de carbono. Seu trabalho foi publicado na revista Nature Communications.