Domingo, 07 de setembro de 2025

Cortes em cabos submarinos afetam internet na Ásia e no Oriente Médio

Cortes em cabos submarinos no Mar Vermelho interromperam o acesso à internet em diversas regiões da Ásia e do Oriente Médio. A causa ainda não foi confirmada, mas há suspeitas de que o grupo rebelde houthi, do Iêmen, esteja por trás da ação em uma tentativa de pressionar Israel a encerrar o conflito contra o Hamas, segundo informações da agência Associated Press.

Os cabos submarinos são uma infraestrutura essencial, responsáveis por quase todas as comunicações digitais do mundo. Os quase 450 dutos atualmente instalados em todo o mundo se estendem por “1,2 milhão de quilômetros”, de acordo com um relatório do ‘Center for Strategic and International Studies’ (CSIS) publicado em agosto de 2024.

Atualmente, quatro empresas compartilham quase todo o mercado: a SubCom, dos EUA, a Alcatel Submarine Networks (ASN), da França, a Nippon Electric Company (NEC), do Japão, e a HMN Technologies, da China.

O cabo Sudeste Asiático–Oriente Médio–Europa Ocidental 4, operado pela companhia indiana Tata Communications, e o cabo Índia–Oriente Médio–Europa Ocidental, administrado por um consórcio supervisionado pela Alcatel-Lucent, foram afetados pelos cortes. Até agora, as empresas não se pronunciaram sobre o ocorrido.

A Pakistan Telecommunications Co. Ltd., gigante do setor no país, confirmou os cortes em comunicado neste sábado (6). Já a Arábia Saudita não reconheceu oficialmente a interrupção, e autoridades locais também não se pronunciaram.

Nos Emirados Árabes Unidos, usuários das operadoras estatais Du e Etisalat relataram queda na velocidade da internet, mas o governo não confirmou a falha.

Desde o começo da guerra em Gaza, os rebeldes vêm fazendo ataques a Israel e a embarcações no mar vermelho. Em 2024, o governo do Iêmen acusou os houthis de planejarem ataques a cabos submarinos no Mar Vermelho, suspeita que o grupo negou, mas cujo canal oficial acabou reconhecendo cortes recentes.

Entre novembro de 2023 e dezembro de 2024, durante a guerra entre Israel e o Hamas, os houthis atacaram mais de 100 navios, afundaram quatro embarcações e mataram ao menos oito marinheiros.

Aliado do Irã e do Hamas, o grupo rebelde chegou a suspender ações em um cessar-fogo, mas retomaram os ataques e foram alvo de ofensivas aéreas ordenadas por Donald Trump.

No fim do mês passado, um ataque israelense no Iêmen matou o alto escalão do grupo. Os houthis tomaram o controle da capital do Iêmen em 2014 e estabeleceram um governo paralelo, que não é reconhecido pela comunidade internacional.

 

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