Sexta-feira, 29 de março de 2024

Covid aumenta riscos na gravidez entre gestantes não vacinadas

Dois estudos divulgados recentemente trouxeram notícias preocupantes sobre
os riscos da covid-19 para grávidas não vacinadas e seus bebês. O primeiro e
mais alarmante vem da Escócia, que analisando quase 88.000 gestantes desde o início da vacinação no país, descobriu que mulheres não vacinadas e infectadas pelo coronavírus eram muito mais propensas a ter um bebê natimorto ou que morresse no primeiro mês de vida. Ou seja, durante o período de pesquisa, todas as mortes perinatais ocorreram na gravidez de alguém que foi contaminada, mas não estava imunizada.

Além dos bebês, as próprias mães estavam mais ameaçadas: quase todas as
grávidas com infecção por SARS-CoV-2 que não receberam o imunizante
precisaram de cuidados intensivos, além de apresentarem uma taxa muito
maior de hospitalizações do que as gestantes vacinadas.

O estudo apontou ainda que, em outubro de 2021, meses após as vacinas se
tornarem amplamente disponíveis, menos de um terço das grávidas escocesas
que tiveram bebês completaram o esquema vacinal e mais de 77% eram
hesitantes aos imunizantes, algo que se reflete em muitos lugares ao redor do
mundo.

“Isso deve nos abalar e realmente ser um chamado à ação”, disse Yalda Afshar, obstetra de alto risco do Ronald Reagan UCLA, Medical Center, em Los Angeles, nos Estados Unidos, que não esteve envolvida no estudo. “A vacinação é o item claro de ação para melhorar a saúde das gestantes e seus bebês”.

Usando dados de um estudo populacional em andamento chamado Covid-19 In Pregnancy in Scotland (COPS), pesquisadores da Universidade de Edimburgo rastrearam gestantes na Escócia entre dezembro de 2020, quando as vacinas ficaram disponíveis pela primeira vez, e outubro de 2021 e relataram em publicação na Nature Medicine que, embora o risco de problemas fosse elevado para mulheres grávidas não vacinadas que contraíram a doença em qualquer momento da gestação, seria ainda pior se acontecesse no final da gravidez.

Das 620 mães que contraíram o coronavírus nos 28 dias anteriores ao parto,
foram registrados 14 óbitos fetais ou infantis, 10 deles natimortos.

Todas as mortes ocorreram em gestações de mulheres não vacinadas. Isso equivale a 22,5 mortes por por 1.000 nascimentos entre todas as gestações no país, no mesmo período. A infecção pelo SARS-CoV-2 de uma mãe não imunizada também aumentou o risco de partos prematuros.

Escocesas infectadas em qualquer momento da gravidez eram mais propensas do que a população de gestantes em geral, a ter bebês prematuros: 10,2% contra 8%. Aquelas que deram luz a seus bebês após 28 dias da infecção viram esse número saltar para 16,6%.

O estudo também jogou luz à saúde das mulheres não vacinadas: das 98% das
internações em UTI que ocorreram durante a pesquisa, 91% foram de mulheres não vacinadas. “Meus colegas não deveriam fazer rondas em unidades de cuidados intensivos” , diz Sarah Stock, autora do artigo e especialista em medicina materna e fetal da Universidade de Edimburgo.

“Uma gestante gravemente doente com covid-19 deveria ser uma exceção e não uma ocorrência diária”, afirmou.

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