Quarta-feira, 19 de novembro de 2025

CPI do Crime Organizado começará a ouvir governadores na primeira semana de dezembro

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Crime Organizado no Senado começará a ouvir governadores e secretários de Segurança Pública na primeira semana de dezembro, conforme anunciou o presidente do colegiado, senador Fabiano Contarato (PT-ES), nesta quarta-feira (19).

Ao todo, 22 autoridades de 11 unidades da Federação foram convidadas, com requerimentos aprovados por unanimidade no início dos trabalhos. A ordem das oitivas ainda será definida por Contarato e pelo relator, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que pretendem aprofundar o diagnóstico sobre o avanço das facções criminosas e a atuação dos estados no enfrentamento à violência.

O tema da segurança pública ganhou novo fôlego após a megaoperação realizada no final de outubro nos Complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, que resultou em 121 mortes e reacendeu o debate nacional sobre combate ao crime organizado.

A instalação da CPI ocorreu justamente na esteira das críticas à condução da operação e da pressão por respostas estruturais. Na terça-feira, 18, os governadores Cláudio Castro (PL-RJ) e Ronaldo Caiado (União-GO) estiveram em Brasília para acompanhar na Câmara a tramitação do chamado “PL Antifacção”.

Nas primeiras sessões, o colegiado já ouviu o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, que defendeu que o crime organizado não seja equiparado ao terrorismo, e o diretor de Inteligência Penal da Secretaria Nacional de Políticas Penais, Antônio Glautter de Azevedo Morais.

Em seus depoimentos, foram abordados temas como o déficit carcerário e a falta de padronização entre os sistemas prisionais estaduais. Contarato classificou como “inadmissível” a existência de uma “justiça paralela” operada por facções dentro das penitenciárias, já que ordens criminosas muitas vezes circulam com mais rapidez que informações oficiais.

Entre os convidados para as próximas audiências estão os governadores Clécio Luís (AP), Jerônimo Rodrigues (BA), Raquel Lyra (PE), Elmano de Freitas (CE), Paulo Dantas (AL), Jorginho Melo (SC), Ratinho Júnior (PR), Eduardo Leite (RS), Ibaneis Rocha (DF), Cláudio Castro (RJ) e Tarcísio de Freitas (SP), além de seus respectivos secretários de Segurança Pública. Segundo Contarato, a fragmentação entre Estados, cada um com métodos e estruturas distintas, favorece a articulação nacional das facções.

A CPI seguirá ouvindo autoridades nas próximas semanas, com expectativa de consolidar propostas para fortalecer a coordenação entre os entes federativos e enfrentar a expansão do crime organizado no País. (Com informações de O Estado de S.Paulo)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Política

Organização Mundial da Saúde afirma que 840 milhões de mulheres no mundo foram alvo de violência
Estudo do Departamento de Economia e Estatística avalia desigualdades étnico-raciais no Rio Grande do Sul e no Brasil
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play