Quarta-feira, 27 de agosto de 2025

CPI do INSS: governo faz acordo com a oposição em troca de blindagem a irmão de Lula

Governistas construíram um acordo com a oposição na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que deve blindar Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de uma convocação em troca de estender o escopo de investigação da comissão para o período que abrange o governo de Dilma Rousseff.

O plano de trabalho proposto pelo comando do colegiado, que é de oposição, prevê que a linha do tempo da apuração comece em 2015, durante a gestão Dilma. Governistas resistiam à ideia, que foi aceita com uma condição: a votação de requerimentos em bloco na comissão só vai acontecer se houver consenso sobre todos os nomes analisados.

Com isso, a base avalia que vai evitar que o nome de Frei Chico apareça ao lado de outros alvos, o que faria com que uma possível convocação tivesse que ser submetida individualmente aos parlamentares, o que aumenta a margem de articulação do governo para derrotar o pleito.

Parlamentares da base afirmaram que esta foi a “grande vitória” dos aliados nessa terça-feira (26).

“Enquanto nós não tivermos certeza de que houve participação, não faremos convocações. Especialmente no âmbito político. Não há previsão de que esse senhor (Frei Chico), ou outros ligados ao governo anterior, seja convidado sem as devidas provas”, afirmou o presidente da CPI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), após a sessão.

Frei Chico é vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), citado em relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) sobre possíveis fraudes. Ele não é investigado, e o sindicato nega irregularidades.

O Planalto busca conter danos políticos após a oposição conquistar o comando da comissão. A presidência ficou com o senador Carlos Viana (Podemos-MG) e a relatoria com o deputado Alfredo Gaspar (União-AL), ambos críticos do governo.

Nos bastidores, parlamentares avaliam que o acordo reduz o espaço para desgastes envolvendo a família do presidente e permite que a comissão concentre esforços em investigações recentes, como os descontos irregulares em aposentadorias e pensões que já derrubaram o então ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT).

Apesar da limitação, a oposição mantém a ofensiva com uma pauta extensa: mais de 800 requerimentos já foram apresentados, incluindo convocações de ex-ministros de diferentes governos e antigos presidentes do INSS. (Com informações do jornal O Globo)

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