Por Redação do Jornal O Sul | 24 de agosto de 2023
A CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que investiga os atos extremistas de 8 de janeiro em Brasília aprovou, na manhã desta quinta-feira (24), a quebra dos sigilos bancário e telemático da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e do hacker Walter Delgatti Neto.
Também foi aprovada a reconvocação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Cid esteve na comissão no dia 11 de julho, mas ficou calado frente aos questionamentos dos parlamentares. Ele foi preso preventivamente em maio, durante uma operação que investiga a falsificação de dados da vacinação contra a Covid-19.
A quebra de sigilos de Zambelli passou a ser defendida por parlamentares depois que ela foi apontada pelo hacker, em depoimento à comissão, como responsável por ordenar uma invasão a sistemas do Judiciário.
Zambelli também teria intermediado, de acordo com Delgatti, uma reunião entre o hacker e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na qual eles teriam discutido como seria possível fraudar o código-fonte das urnas eletrônicas, antes das eleições do ano passado. A deputada nega as acusações.
A quebra dos sigilos foi motivo de bate-boca entre parlamentares da base e da oposição na terça-feira (22). Aliados de Bolsonaro eram contra a medida e queriam apenas a convocação da deputada. A discussão levou ao cancelamento da sessão de terça.
No entanto, na quarta (23), o presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), pautou o requerimento. “Eu penso que, depois daquele depoimento do hacker, é importante que isso seja colocado, né? Haviam vários requerimentos nesta direção [da quebra de sigilo de Zambelli]”, disse.
