Domingo, 09 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 9 de novembro de 2025
Criada em agosto, a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) já aprovou pedidos de prisão preventiva de 27 pessoas. As solicitações foram encaminhadas ao STF (Supremo Tribunal Federal) e aguardam análise.
Uma vez aprovados pelos congressistas, os pedidos são encaminhados para o ministro André Mendonça, que é o relator da ação sobre as investigações de fraudes no INSS.
Da lista de pessoas, duas já foram presas a pedido da PF (Polícia Federal): os empresários Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “Careca do INSS”, e Maurício Camisotti. Ambos são apontados como operadores centrais do esquema de descontos ilegais em benefícios de aposentados e pensionistas.
As prisões foram autorizadas pelo STF em setembro. A PF argumentou possível risco de fuga e o emprego de ocultação de patrimônio pelos empresários.
Na CPMI, há mais de dois meses, foram aprovados de forma conjunta pedidos para a prisão de 21 pessoas que são alvo das investigações. Demais pedidos foram aprovados nas demais reuniões, inclusive na última quinta-feira (6).
O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), já fez diversos apelos públicos para que as solicitações enviadas à Mendonça avancem. Ele já se reuniu com o ministro e afirmou que os pedidos ainda seriam avaliados pela PGR (Procuradoria-Geral da União).
A comissão também aprovou sugestão de medida cautelar para que sejam confiscados os passaportes de quem for alvo de requerimento de prisão.
Das 27 pessoas alvos de pedidos, 11 já foram ouvidas em depoimento pela comissão. Duas delas tiveram a prisão em flagrante decretada durante suas oitivas por contradições em seus depoimentos.
Foi o caso do empresário Rubens Oliveira Costa, apontado como intermediário do “Careca do INSS”, e de Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Conafer (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais).
No total, a presidência da CPMI determinou a prisão em flagrante de três depoentes. Apenas um deles ainda não teve o pedido de prisão preventiva aprovado, o presidente da CBPA (Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura), Abraão Lincoln Ferreira. Todos pagaram fiança e foram liberados.
Alvos de pedidos
Entre os principais nomes com pedidos de prisão na CPMI, está o advogado Nelson Wilians Fratoni Rodrigues. Ele foi alvo de operação da PF e já teve pedido de prisão feito pela corporação, mas a solicitação não foi autorizada pelo STF.
Outros alvos da comissão incluem servidores afastados do INSS, entre eles o ex-procurador-geral do instituto Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho.
Ele foi afastado do cargo em abril de 2025, após a Operação Sem Desconto, que revelou o esquema de fraudes no INSS. A sua esposa, a empresária Thaísa Hoffmann, também está na lista.