Quinta-feira, 09 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 8 de outubro de 2025
A CPMI do INSS votará nesta quinta-feira (9), a quebra de sigilos bancário e telefônico do advogado Paulo Boudens, ex-chefe de gabinete do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Atualmente, Boudens tem um cargo de confiança no Conselho de Estudos Políticos do Senado, com um salário de R$ 31,3 mil.
O requerimento, que consta da pauta da sessão, foi apresentado pelo deputado Carlos Jordy no último dia 23. Há outros quatro requerimentos que citam Boudens, ainda sem apreciação.
Jordy pediu quebras de sigilos fiscal, bancário, telefônico e telemático do ex-chefe de gabinete de Alcolumbre, além de relatórios financeiros do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão de combate à lavagem de dinheiro.
O deputado citou investigações da Polícia Federal que identificaram que Boudens recebeu da empresa Arpar Administração R$ 3 milhões entre setembro de 2023 e fevereiro de 2024.
A companhia, por sua vez, ganhou R$ 50 milhões de firmas de Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”. Ainda de acordo com o requerimento do deputado, o administrador financeiro das empresas do “Careca do INSS”, Milton Salvador, confirmou à CPMI ter transferido R$ 50 milhões à Arpar.
Reunião
O presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG) se reuniu nessa quarta (8) com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça com o objetivo de criar um canal de cooperação e troca de informações sobre o escândalo dos descontos irregulares na folha de pagamento do INSS. Mendonça conduz o inquérito na Corte.
Após sair do encontro, Viana anunciou que pediu “pessoalmente” ao ministro o cumprimento de prisões preventivas contra 21 suspeitos do escândalo. Entre eles, estão ex-dirigentes do INSS e lobistas. As ações foram aprovadas pela CPMI em 2 de setembro e aguardam uma resposta do Supremo.
“Os investigados possuem aviões, vistos e recursos para deixar o país, e não podem permanecer impunes” afirmou Viana em um posto na sua rede social. “Reforcei ao Ministro minha confiança em seu trabalho e minha convicção de que essa relatoria em suas mãos será fundamental para garantir justiça aos aposentados, às viúvas e aos órfãos do Brasil” acrescentou ele.
Segundo o gabinete do senador, a ideia do encontro era solicitar o compartilhamento de inquéritos e informações nas quais o STF possa contribuir com as apurações da CPMI. Viana também tratou com Mendonça sobre recentes habeas corpus concedidos pelo Supremo, que desobrigaram convocados a responder aos parlamentares e até a comparecer ao colegiado. Um deles é o caso do empresário Maurício Camisotti, considerado uma das peças chaves do suposto esquema de fraudes. (Com informações de O Estado de S. Paulo e do jornal O Globo)