Sábado, 08 de novembro de 2025

Crise com Trump ameaça cooperação militar entre Brasil e Estados Unidos

Depois de mirar o Judiciário brasileiro e punir autoridades envolvidas no programa Mais Médicos, a gestão Donald Trump coloca no radar mais uma frente: a área militar.

Representantes do governo dos Estados Unidos alertaram interlocutores do governo brasileiro que, após o anúncio do tarifaço feito em julho, reuniões com representantes das Forças Armadas dos dois países que estavam no plano de trabalho dos americanos foram canceladas.

Os encontros serviriam para discutir projetos de compra e troca de equipamentos voltados à manutenção de peças do Exército e da Aeronáutica. O Exército já tem encomendados 12 helicópteros Black Hawk, avaliados em 451 milhões de dólares, e 222 mísseis Javelin, que custam 74 milhões de dólares.

Outra frente que deve ser afetada é a participação de americanos em exercícios militares, como a Operação Formosa. Ela consiste no maior treinamento terrestre da Marinha e costuma contar com a participação de membros das Forças Armadas de outros países, como França, China, países da América do Sul e os Estados Unidos.

Integrantes do Ministério da Defesa relataram que, até o momento, não há nenhuma informação oficial dos EUA sobre o cancelamento de agendas ou o fim da participação de militares americanos em treinamentos das Forças no Brasil. Eles afirmam que a cooperação histórica entre Brasil e EUA sempre ocorreu de maneira técnica e esperam que siga assim.

O temor dos militares é que a crise entre Brasil e Estados Unidos impacte a parceria histórica das Forças Armadas brasileiras com os norte-americanos. Entre os interlocutores das Forças, o medo é que Washington. aplique sanções militares que impeçam a exportação ou a importação de tecnologias de defesa.

Dentre elas estão o motor dos aviões F-39 Gripen, radares do Sistema de Vigilância da Amazônia e até o bloqueio nas comunicações ou no fornecimento dos rádios utilizados pelo Exército, fornecidos pelas empresas Harris e Motorola.

Esse tipo de sanção, determinada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, já é usada contra países como Venezuela, Ira, Coreia do Norte, Belarus, Rússia, China, Cuba e Síria.

Membros da cúpula militar trabalham, nos bastidores, para evitar que a escalada da crise com a gestão Trump afete diretamente a relação dos dois países nessa frente. Há ainda atenção com os militares brasileiros que estão em cursos de formação e aprimoramento nos EUA.

Já na Marinha, o Programa de Desenvolvimento de Submarinos e o Programa Nuclear da Marinha podem ser impactados por essa medida. Ambos necessitam de peças produzidas nos EUA para a montagem de seus equipamentos.

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