Sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

Defasagem de 8,82% eleva pressão sobre a Petrobras

 

Os dados do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie) mostram que, até a quarta-feira, o preço da gasolina praticado pela Petrobras acumulava uma defasagem de 8,82% em relação ao preço internacional. No caso do diesel, a Petrobras tem mantido o valor do litro 11,19% mais barato do que o valor da média mundial. Essa situação só se inverte quando se trata do gás de cozinha, o GLP, que hoje está 40,10% mais caro do que o gás consumido fora do Brasil.

A Petrobras, como empresa de economia mista, tem hoje como regra seguir as oscilações dos preços internacionais, ou seja, acompanhar o câmbio e as variações do mercado mundial de petróleo, repassando esses preços ao mercado nacional. Bolsonaro tem reiterado que baixou os preços do combustível sem dar uma “canetada” no setor, ou seja, sem ter feito intervenção política nos custos praticados pela Petrobras. O fato, porém, é que a empresa tem segurado os reajustes – os preços seriam ainda mais altos do que os atuais.

Ao ser questionada, a estatal tem mantido o discurso de que “segue monitorando continuamente o mercado e os movimentos nas cotações de mercado do petróleo e dos derivados, que atualmente experimentam alta volatilidade”.

Volta do aumento

Mesmo assim, o aumento no preço da gasolina voltou a ser realidade nesta semana em todo o País, após 15 semanas seguidas de queda. Conforme dados compilados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), o litro da comum superou R$ 5 em seis capitais.

Em Salvador (BA), o preço médio do litro da gasolina comum chegou a R$ 5,56, enquanto em Natal (RN) passou para R$ 5,44. Os valores também estão mais altos no Distrito Federal, em Rio Branco (AC), em Manaus (AM) e em Palmas (TO). Em Brasília, onde o litro da gasolina chegou a ser encontrado por cerca de R$ 4,80, agora está em cerca de R$ 5,09 (ver tabela abaixo, com dados da ANP).

Os aumentos ocorrem mesmo sem haver reajustes da Petrobras nas refinarias. O governo tem atuado politicamente sobre a diretoria da estatal para que não aumente preços até a votação de 30 de outubro. Em média, o preço médio de revenda da gasolina comum subiu 1,46% nesta semana, em relação à anterior, chegando a R$ 4,86 por litro. Em relação ao preço médio dos últimos 12 meses, acumula queda de 23,10%.

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