Sábado, 19 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 18 de julho de 2025
Os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticaram nessa sexta-feira (18) medidas impostas contra ele pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e afirmaram que não há “qualquer indício” de que ele pudesse fugir do Brasil.
Em comunicado, a equipe de defesa de Bolsonaro ainda questionou a proibição de contato com um dos seus filhos, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), alegando que esse é um “direito tão natural quanto sagrado”.
Os advogados Celso Vilardi, Paulo Amador da Cunha Bueno e Daniel Tesser também alegaram que Bolsonaro “sempre compareceu a todos os atos”, sem “causar qualquer embaraço ou atraso”, e que por isso as restrições não seriam necessárias.
A defesa ainda afirma que espera que o ex-presidente tenha um “julgamento justo e pautado exclusivamente pela presunção de inocência”.
Por determinação de Moraes, Bolsonaro teve que colocar tornozeleira eletrônica e terá que ficar em casa de noite e nos fins de semana. Além disso, está proibido de utilizar redes sociais e de ter contato com outros investigados, inclusive Eduardo.
As medidas foram determinadas devido à suspeita de que o ex-presidente e o seu filho cometeram os crimes de obstrução de Justiça, atentado à soberania e coação no curso do processo. Os dois são suspeitos de atuarem para que o governo dos Estados Unidos pressione o Brasil, em troca do fim da ação da trama golpista.
Operação
Bolsonaro afirmou que mantinha dólares em sua casa, em Brasília (DF), para uma possível viagem. Mais cedo nessa sexta, a Polícia Federal (PF) apreendeu US$ 14 mil na residência do ex-presidente, que está com o passaporte retido e proibido de deixar o País.
Ele também declarou que não é crime guardar dinheiro em espécie. Bolsonaro negou que a quantia apreendida tenha qualquer relação com um eventual plano de fuga do País.
“Eu tenho um bom montante no banco. Em havendo uma fuga ele seria bloqueado. Esse dinheiro foi sacado ao longo dos meses. Você não vai fugir apenas com 14 mil dólares. Estou com passaporte apreendido há dois anos”, disse Bolsonaro, em entrevista à Rádio BandNews FM. “Não cogitei fugir para lugar nenhum”, completou.
Bolsonaro relatou que foi acordado por batidas da PF em sua porta por volta das 7h. Segundo ele, uma das agentes disse estar com o dedo cortado, e ele indicou o banheiro para que ela pudesse limpar o sangue. Em seguida, a agente retornou com um pen drive. “Nunca abri um pen drive na minha vida”, disse ele, mostrando-se surpreendido. (Com informações do jornal O Globo e do Estado de S. Paulo)