Quinta-feira, 31 de julho de 2025

Defesa do coronel Mauro Cid, ex-assessor de Bolsonaro, diz que ele foi mandado para o “fuzilamento” pela Procuradoria-Geral da República

A defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro e delator na ação penal do golpe, pediu na terça-feira (29), a absolvição do militar. Em 78 páginas, os advogados apresentaram as alegações finais. Eles afirmam que Mauro Cid se sente “traído” pela Procuradoria-Geral da República (PGR) – que pediu sua condenação. “O que se viu foi uma deturpação das informações fornecidas, em ilações convertidas em insumo para atribuir-lhe crimes que jamais cometeu ou poderia cometer”, afirma a defesa.

Segundo seus advogados, Cid “sente-se, sim, traído pelo órgão acusador que se valeu da sua boa-fé para construir uma acusação desconectada da realidade fática, da materialidade típica e do seu próprio relato para ao final mandá-lo para o fuzilamento”, destaca nas alegações.

Na página 17, a defesa diz que estava em posição de “extrema vulnerabilidade ao colaborar espontaneamente com as autoridades judiciárias, mesmo ciente de que sua postura enfrentaria forte resistência, represálias e, de certa forma, coação por parte de seus antigos aliados, superiores e demais corréus – especialmente os ligados ao ex-presidente Jair Messias Bolsonaro”.

O militar afirma que a estratégia da PGR foi “desproporcional”, uma vez que ele “optou voluntariamente por colaborar com as investigações, prestando esclarecimentos amplos, objetivos e úteis ao deslinde dos fatos”.

Para Cid, ele exercia um “papel coadjuvante como ajudante de ordens, embora próximo do ex-presidente Bolsonaro, exercendo sua função de assessoramento que era limitada, sem poderes decisórios ou de influência no planejamento de eventos que a PGR aponta serem criminosos”.

A manifestação final da defesa de Cid destaca que “sua colaboração se deu com o compromisso ético de romper o silêncio e oferecer à Justiça informações verídicas, confiando na integridade do sistema penal e no dever institucional do parquet em promover a responsabilização somente com base em provas e na estrita legalidade”.

No dia 15 de julho, a PGR apresentou as alegações finais da acusação no processo do “núcleo crucial” do plano de golpe de Estado. A manifestação pede a condenação de Mauro Cid, mas ressalta a possibilidade de favorecimento pelo acordo firmado de colaboração premiada.

Para a PGR, o ex-ajudante de ordens teve um papel relevante em reuniões estratégicas com militares. O procurador-geral, Paulo Gonet, sugere que ele se beneficie apenas da redução da pena. Os advogados Cezar Bitencourt, Vania Bitencourt e Jair Pereira sustentam que a acusação pediu a condenação de Cid “não por ações concretas, mas por sua função pública de proximidade ao poder e pela gravidade dos fatos em si”.

(Com informações do jornal O Estado de S. Paulo)

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