Domingo, 15 de junho de 2025

Defesa do general Braga Netto pede ao Supremo dados do Instagram usado por Mauro Cid

A defesa do ex-ministro Walter Braga Netto pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o ministro Alexandre de Moraes peça à Meta informações adicionais sobre o perfil “@gabrielar702”, do Instagram, supostamente utilizado pelo tenente-coronel Mauro Cid para comentar sobre sua delação premiada com aliados.

Além de dados cadastrais, logins vinculados e mensagens enviadas, que são dados já solicitados por Moraes, os advogados de Braga Netto pedem que seja incluído na determinação as seguintes informações:

• IP, data, hora e geolocalização da criação do perfil;
• histórico de acessos e dispositivos usados;
• dados de recuperação de conta (e-mail, telefone, autenticação em dois fatores);
• alterações de nome, foto de perfil e outros dados;
• conexões com outras contas (Facebook, WhatsApp etc.);
• conteúdos postados (mensagens, áudios, stories, fotos, arquivos deletados);
• métodos de pagamento vinculados e transações;
• denúncias feitas contra o perfil;
• e relações técnicas com outros perfis (IP, dispositivos compartilhados).

“Também é de interesse desta Defesa que a situação seja efetivamente esclarecida e investigada, considerando que pode vir a corroborar as irregularidades já expostas do acordo de acordo de colaboração”, argumentam os advogados.

Na quinta-feira (12), a revista Veja divulgou trechos de uma conversa entre o perfil “Gabriela R” e uma pessoa do entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

No interrogatório realizado nessa semana no STF, Cid negou ter usado redes sociais durante o período em que esteve sob medidas cautelares.

Ao ser questionado pelo advogado Celso Vilardi, que representa Bolsonaro, sobre o uso do perfil “@gabrielar702”, respondeu: “Esse perfil, eu não sei se é da minha esposa”.

Novas denúncias

A edição dessa semana da revista traz nova publicação, afirmando que áudios, uma selfie e outras mensagens comprovariam que Cid utilizava o perfil “@gabrielar702” no Instagram para comentar sobre sua delação premiada.

Segundo a matéria, ele teria enviado imagens pessoais em casa, momentos com a família, links de reportagens críticas ao STF e mensagens sobre estratégias de seus advogados no processo em que é réu.

Após a publicação da nova reportagem, o ministro Alexandre de Moraes determinou que a Meta, empresa responsável pelo Instagram e Facebook, forneça, em 24 horas, dados sobre o perfil citado.

A decisão atendeu ao pedido da própria defesa de Cid, que nega a autoria das mensagens e classificou a reportagem como “falsidade grotesca”.

Ainda na sexta, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de Cid, e ele prestou novo depoimento na sede da corporação, em Brasília. Inicialmente, Moraes chegou a determinar a prisão do militar, mas voltou atrás e revogou a ordem.

Além do caso do perfil, Cid também é investigado por planejar uma fuga para Portugal, com ajuda do ex-ministro do Turismo Gilson Machado. Por ser delator, Cid está obrigado a seguir regras rigorosas para manter os benefícios do acordo, como não mentir nem omitir informações.

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