Terça-feira, 30 de dezembro de 2025

Delegada da Polícia Federal que pediu prisão do dono do Banco Master vai conduzir os interrogatórios da acareação

Autora do pedido de prisão preventiva do banqueiro Daniel Vorcaro, a delegada da Polícia Federal (PF) Janaína Palazzo será a responsável por conduzir a acareação entre o dono do Banco Master, o ex-presidente do Banco Regional de Brasília (BRB) Paulo Henrique Costa e o diretor de fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino, marcada para esta terça-feira (30).

A acareação foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli, relator da investigação após o envio do caso para a Corte. Toffoli havia também pedido ao diretor-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues, para designar um delegado para a condução das diligências.

Andrei decidiu manter a delegada que conduzia o caso desde o início, a chefe da Delegacia de Inquéritos Especiais da Superintendência da PF em Brasília, Janaína Palazzo. Ela apontou à Justiça Federal a existência de irregularidades na venda de falsas carteiras de crédito consignado do Banco Master para o BRB por R$ 12,2 bilhões. Com base nos indícios colhidos, a delegada pediu à Justiça Federal a prisão preventiva de Vorcaro e outros dirigentes do Master.

Ele foi preso em 17 de novembro por ordem da 10ª Vara Federal de Brasília, e solto no dia 29 do mesmo mês após um habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). Dias depois, a investigação foi enviada ao Supremo Tribunal Federal por causa da apreensão de um documento com Vorcaro que citava um deputado federal.

Vorcaro 

A previsão é que os principais personagens da acareação, Vorcaro e o ex-presidente do BRB, compareçam pessoalmente ao ato.

A expectativa de quem vai participar da acareação é que a delegada vai, inicialmente, realizar o interrogatório de cada um dos três envolvidos para, em seguida, confrontá-los sobre pontos divergentes caso seja necessário.

Não foi divulgado um formato oficial para o ato e mesmo os participantes não sabem os detalhes do procedimento porque se trata de uma diligência nunca antes realizada – pela lei, uma acareação só costuma ser feita depois que são identificadas divergências na colheita inicial dos depoimentos. Nesse caso, porém, nenhum dos três até agora havia sido ouvido.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) havia se manifestado contra a realização do ato sob o argumento de que era necessário, primeiro, colher os depoimentos de cada um dos envolvidos nos fatos, o que ainda não ocorreu.

Toffoli, porém, rejeitou o recurso e manteve a realização do ato. Em uma de suas decisões, ele escreveu que os depoimentos serão conduzidos pela autoridade policial e que um juiz instrutor do seu gabinete vai organizar e acompanhar os interrogatórios. De acordo com fontes que acompanham o caso, a expectativa é que esse juiz instrutor seja o desembargador Carlos von Adamek, um dos mais próximos de Toffoli.

O processo estava paralisado no STF. A PGR pediu que a Polícia Federal finalizasse a análise do celular apreendido de Vorcaro para verificar se havia outros elementos de prova envolvendo autoridades com foro privilegiado, o que justificaria a manutenção do caso no STF ou a devolução para a primeira instância. Antes disso ocorrer, porém, Toffoli decidiu determinar novas diligências e marcou a acareação.

O Banco Central também recorreu contra a acareação e pediu esclarecimentos para saber se Aquino vai depor como testemunha ou como investigado. Um dos receios da instituição é que a condução do processo por Toffoli abra brecha para anular a liquidação do Master. (Com informações de O Estado de S. Paulo)

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