Terça-feira, 14 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 7 de novembro de 2022
A juíza Luciana Barros de Camargo, da 1ª Vara Criminal de Macapá, aceitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Amapá (MP) e tornou réu o delegado Sidney Leite, preso em setembro pela Polícia Federal (PF) na operação Queda da Bastilha. O MP pede a condenação do delegado pelos crimes de pertinência a organização criminosa e exploração de prestígio.
A denúncia foi encaminhada à justiça em 24 de outubro. De acordo com os promotores que assinaram o documento, Leite tinha uma relação próxima de Ryan Menezes, traficante chefe de facção que estava preso no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen) e prestes a ser transferido para o regime domiciliar.
O detento foi recambiado no dia 23 de setembro para presídio federal no Rio Grande do Norte.
Em depoimento, Sidney Leite chegou a declarar que o traficante com quem tinha contato era na verdade um informante.
Conversas de aplicativo de celular, anexadas à denúncia, mostram que o delegado ficou de providenciar um apartamento para Ryan morar assim que saísse da penitenciária, além de um carro blindado. Os diálogos também deixam claro que o traficante pretendia fugir para Mato Grosso do Sul.
Uma outra conversa revela que o delegado teria se colocado à disposição para falar com um magistrado em favor de um outro traficando que aguardava o resultado de um habeas corpus. Nesse caso, Ryan disse que poderia pagar R$ 30 mil.
Leite foi preso preventivamente em 14 de setembro e permanece no Centro de Custódia do bairro Zerão, em Macapá. Ele era candidato a deputado estadual e obteve 91 votos no pleito do dia 2 de outubro.
Nova operação
Há um mês, a 2ª fase da operação ‘Queda da Bastilha’ apreendeu dois celulares em celas onde estavam o delegado a um policial penal já presos pela PF no mesmo caso. Os aparelhos estavam escondidos em um livro e dentro de um aparelho de rádio.
No mesmo dia, policiais apreenderam um carro blindado que pode ter feito parte da negociação entre o delegado e o detento. Uma nova operação realizada no sábado (5) voltou a apreender um telefone numa das celas.
A Operação Queda da Bastilha investiga uma organização criminosa responsável por diversos crimes como tráfico de drogas, associação para o tráfico, falsidade ideológica, prevaricação, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro dentro e fora do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá.