Sábado, 11 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 10 de outubro de 2025
O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), considerado a inflação oficial do Brasil, acelerou de -0,11% em agosto para 0,48% em setembro, um aumento de 0,59 ponto percentual. Esse resultado indica uma reversão do comportamento observado no mês anterior, quando o índice havia registrado deflação. No acumulado do ano, a inflação alcança alta de 3,64%, enquanto nos últimos 12 meses o índice registra variação de 5,17%.
Em setembro de 2024, a variação havia sido de 0,44%. As informações foram divulgadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O grupo habitação foi o principal responsável pela maior variação (2,97%) e pelo maior impacto (0,45 ponto percentual) no índice do mês de setembro. Esse grupo apresentou expansão em relação a agosto, quando havia recuado 0,90%. Trata-se da maior alta registrada pelo grupo desde fevereiro, quando subiu 4,44%. Considerando apenas o mês de setembro, essa foi a maior alta desde 1995, ano em que o índice do grupo habitação cresceu 4,51%.
A principal contribuição para essa alta veio da energia elétrica residencial, que passou de uma queda de -4,21% em agosto para um aumento de 10,31% em setembro. A energia elétrica residencial teve o maior impacto individual no índice do mês, de 0,41 ponto percentual. No acumulado do ano, a energia elétrica residencial registra alta de 16,42%.
Além do grupo habitação, o grupo despesas pessoais também apresentou alta em setembro, com variação de 0,51% e impacto de 0,05 ponto percentual no IPCA. Entre os principais destaques desse grupo estão o pacote turístico, que subiu 2,87%, e os gastos com cinema, teatro e concerto, que registraram aumento de 2,75%.
O grupo transportes teve alta de 0,01% em setembro, após uma queda de 0,27% em agosto, e seu impacto na inflação foi considerado nulo. Essa variação refletiu a alta nos preços dos combustíveis, que subiram 0,87%, revertendo a queda média de 0,89% observada no mês anterior. Exceto pelo gás veicular, que teve queda de -1,24%, os demais combustíveis tiveram variações positivas: etanol (2,25%), gasolina (0,75%) e óleo diesel (0,38%).
Por outro lado, o grupo alimentação e bebidas registrou queda de 0,26%, sendo essa a quarta retração consecutiva. O impacto do grupo no índice foi negativo em 0,06 ponto percentual.
A deflação em setembro foi influenciada pela alimentação no domicílio, que caiu 0,41%, após recuo de 0,83% em agosto. Entre os alimentos com maiores quedas estão o tomate (-11,52%), a cebola (-10,16%), o alho (-8,70%), a batata-inglesa (-8,55%) e o arroz (-2,14%). Em contrapartida, frutas (2,40%) e óleo de soja (3,57%) tiveram altas relevantes.
Outros grupos que registraram deflação foram comunicação (-0,17%) e artigos de residência (-0,40%), ambos com impacto de -0,01 ponto percentual no índice. Já os demais grupos apresentaram variações positivas e impacto correspondente: educação (0,07% e 0,01 ponto percentual), saúde e cuidados pessoais (0,17% e 0,02 ponto percentual) e vestuário (0,63% e 0,03 ponto percentual).