Segunda-feira, 19 de maio de 2025

Depois de sete anos sem eleições internas para o comando nacional, o PT se prepara para escolher o presidente da sigla; Nesse período, o partido já esteve na extrema esquerda, ao lado da “luta dos trabalhadores” e contra a exploração capitalista, e já se associou ao centro para poder governar

O PT se prepara para escolher o presidente da sigla após sete anos sem eleições internas para o comando nacional. Mesmo diante do desejo do presidente Luiz Inácio Lula da Silvade uma candidatura unificada, cinco nomes – Edinho Silva, Valter Pomar, Romênio Pereira, Washington Quatá e Rui Falcão – se colocam na disputa para presidir o partido.

Em quatro décadas e meia de existência, o PT já esteve na extrema esquerda, ao lado da “luta dos trabalhadores” e contra a exploração capitalista, e já se associou ao centro para poder governar. Caracterizou-se pelas mais de dez tendências internas que chegou a ter e por ostentar um único comandante: Luiz Inácio Lula da Silva, o operário que virou presidente da República.

Hoje, se depender do presidente interino, o senador Humberto Costa (PT-PE), e de Lula, os caciques petistas vão trabalhar para unir as candidaturas em torno de Edinho. O ex-prefeito de Araraquara também chefiou a Secretaria de Comunicação Social no governo Dilma.

Apelos

Há pouco mais de dez dias, Costa se reuniu com o prefeito de Maricá (RJ), Washington Quaquá, para conversar sobre a importância de unificar as candidaturas. “Edinho disse que tem o apoio do Lula, mas nunca ouvi o Lula falar que o apoia”, afirmou Quaquá.

Costa pretende falar com os demais postulantes, como o deputado Rui Falcão (SP), que foi presidente do PT entre 2011 e 2017 e é um dos nomes mais experientes do partido. “Rui é um excelente nome, todos são. Mas não podemos chegar à eleição divididos. As reuniões devem acontecer com todos os candidatos, separadamente”, disse o senador, resumindo os apelos pela união.

Já Falcão, ao falar de suas propostas para o partido, diz que “no curto prazo, até para garantir mudanças estruturais no Brasil, todo empenho está voltado para a reeleição de Lula em 2026”.

Segundo petistas, ter um candidato único é um desejo de Lula não apenas porque ele apoia Edinho – político reconhecido pela capacidade de diálogo e conciliação –, mas porque acredita que esses ativos serão fundamentais para construir sua candidatura em 2026, caso resolva tentar um quarto mandato. A entrada de Falcão no páreo, contudo, poderá levar o presidente e rever essa estratégia e adotar um estilo mais discreto no apoio a Edinho. Afinal, segundo interlocutores, Lula é grato e tem grande apreço por Falcão.

“Minha pré-candidatura não é de oposição a ninguém. O PT é um partido democrático e, como tal, tem contradições internas. Isso é saudável e o fortalece. Cada candidatura representa uma visão de partido e todas elas são legítimas e precisam ser respeitadas”, afirmou Edinho.

Já a antecessora de Costa, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, que presidiu o partido nos seus piores momentos, como durante o período de prisão de Lula, agora tem a missão de afinar as relações com o Congresso e destravar a votação de projetos como a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil.

Primeiro turno

O primeiro turno da eleição interna está marcado para 6 de julho. E o segundo, se ocorrer, será em 20 de julho. A regra aprovada em dezembro pelo Diretório do Nacional do PT diz que poderão participar do processo eleitoral os filiados até 28 de fevereiro de 2025. Antes dessa resolução, o prazo mínimo de filiação era de um ano antes da eleição.

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, até 4 de outubro de 2024 o PT tinha 1.653.361 filiados. O mandato de presidente da sigla é de 4 anos, sendo permitida uma reeleição.

Até a noite de sexta-feira, entre os cinco nomes colocados na disputa, apenas Washington Quaquá não havia formalizado a candidatura. O prazo termina nesta segunda-feira (19). Com informações de O Estado de S. Paulo.

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