Segunda-feira, 06 de maio de 2024

Deputada federal Carla Zambelli tinha arquivo com mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo

A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmou que foram encontrados com a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) um arquivo com um mandado falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a PGR, o mesmo arquivo foi gerado no computador do hacker Walter Delgatti Neto.

O episódio foi uma das provas citada pela PGR para denunciar os dois por falsidade ideológica e crimes de invasão a dispositivo informático.

De acordo com a denúncia, uma minuta do mandado de prisão contra Moraes foi gerada no computador de Delgatti às 17h12 do dia 4 de janeiro de 2023. Um arquivo com o mesmo teor foi acessado por Zambelli às 18h39 do mesmo dia. Segundo a PGR, os dois arquivos têm o mesmo código, o que indica que foi repassado entre eles. A existência do falso mandado só foi divulgada na noite do dia 4.

“Dessa dinâmica é possível inferir que, logo após emitir o arquivo, Walter Delgatti o encaminhou para Carla Zambelli, em cumprimento ao acordo que haviam entabulado”, escreveu o procurador-geral da República, Paulo Gonet.

Ainda de acordo com a denúncia, outro arquivo, com uma ordem falsa de quebra do sigilo bancário de Moraes, também foi encontrado com os dois.

Paulo Gonet afirma que Zambelli atuou para “gerar ambiente de desmoralização da Justiça Brasileira”.

“A denunciada Carla Zambelli exerceu papel central na prática dos delitos relatados. Ela arregimentou o executor dos delitos, Walter Delgatti, mediante promessa de benefícios, com o objetivo de gerar ambiente de desmoralização da Justiça Brasileira, para obter vantagem de ordem política, propondo-se, desde o princípio, à invasão a dispositivo informático, que, afinal, determinou, participando ativamente de produção de ordem judicial ideologicamente falsa”, declarou o procurador-geral.

Em nota, o advogado Daniel Bialski, que defende Zambelli, afirmou que “rebeu com surpresa o oferecimento da denúncia”, porque “inexiste qualquer prova efetiva que ela tivesse de alguma forma colaborado, instigado e ou incentivado o mitômano Walter Delgatti a praticar as ações que praticou”.

De acordo com Bialski, a “a narrativa dele acusando a deputada e terceiras pessoas foi desmentida pela própria investigação, e a defesa irá exercer sua amplitude para demonstrar que ela não praticou as infrações penais pelas quais foi acusada”.

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