Quarta-feira, 07 de maio de 2025

Deputado aciona a Procuradoria-Geral da República após o governador da Bahia sugerir que eleitores de Bolsonaro sejam levados “para a vala”

O deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) na segunda-feira (5) contra o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT). O envio da notícia-crime ocorre após Jerônimo ter afirmado que os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro “poderiam ir todos para a vala”. A declaração ocorreu durante a inauguração da Escola Estadual Nancy da Rocha Cardoso, em América Dourada, no Centro-Norte do Estado.

A fala ocorreu enquanto o governador criticava o ex-presidente por sua conduta durante a pandemia de Covid-19.

“Tivemos um presidente que sorria daqueles que estavam na pandemia, sentindo falta de ar. Ele vai pagar essa conta dele, e quem votou nele podia pagar também a conta”, afirmou Jerônimo.

Em seguida, elevou o tom.

“Bota uma enchedeira. Sabe o que é? Uma retroescavadeira. Bota e leva tudo para a vala.”

A declaração repercutiu amplamente nas redes sociais e na imprensa. Para Otoni de Paula, as falas ultrapassam os limites da liberdade de expressão e configuram incitação à violência contra um grupo ideológico específico. Na representação à PGR, o deputado argumenta que a conduta do governador extrapola o debate político e adentra o campo penal:

“A permanência da gravação na internet e sua contínua reprodução por diversos canais evidencia a gravidade e o alcance da declaração, que ultrapassa os limites da liberdade de expressão e ingressa no campo penal da incitação pública à prática de crime.”

Otoni não foi o único a pedir a instauração de uma procedimento investigatório contra Jerônimo. O deputado estadual Diego Castro (PL) protocolou uma representação no Supremo Tribunal Federal (STF), alegando que o governador extrapolou os limites do discurso político e utilizou o cargo institucional para atacar adversários.

“Jerônimo Rodrigues tem usado seu cargo institucional para fazer campanha permanente contra figuras públicas de direita, especialmente o ex-presidente Bolsonaro. Isso fere o princípio da impessoalidade na administração pública e se aproxima perigosamente da prática de abuso de autoridade”, diz em trecho da denúncia.

Na segunda-feira, em entrevista à imprensa durante visita as obras do Teatro Castro Alves em Salvador, afirmou que é contra a violência e que teve sua fala distorcida.

“Nós criticamos a forma que alguém deseja a morte do outro. Eu sou uma pessoa religiosa, de família, e não vou nunca tratar qualquer opositor com um tratamento deste. Foi descontextualizada (a declaração)”, disse.

O governador ainda pediu desculpas, caso tenha ofendido os apoiadores do ex-presidente:

“Eu apresentei minha inconformação de como o país estava sendo tratado e dei o exemplo da pandemia (…) se o termo vala foi pejorativo ou forte, eu peço desculpas. Não tenho problemas em registrar se houve excessos na palavra. Não houve intenção nenhuma de desejar a morte de ninguém”, finalizou.

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