Sábado, 02 de agosto de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 1 de agosto de 2025
O deputado federal de São Paulo Antonio Carlos Rodrigues, expulso do Partido Liberal (PL) na quinta-feira (31) por fazer elogios ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e críticas a Donald Trump, disse que foi surpreendido com a decisão do presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, de tirá-lo da sigla.
“Fui surpreendido por notícias na imprensa sobre minha suposta expulsão do Partido Liberal. Até o momento, não recebi nenhum comunicado oficial e sigo no aguardo de uma manifestação formal do partido, como é de direito”, disse Antonio Carlos Rodrigues nas redes sociais.
Pressionado pela bancada bolsonarista do partido na Câmara dos Deputados, em Brasília, o presidente do PL anunciou a expulsão de Antônio Carlos por meio de nota pública, sem conversa prévia com um de seus principais aliados em São Paulo.
“O PL sempre foi o único partido da minha vida. Nunca mudei de sigla. As posições que manifestei recentemente foram fruto do exercício legítimo do mandato que me foi confiado pelo povo”, completou.
Ex-vereador da capital paulista e ex-senador pelo PL em São Paulo, Rodrigues é o principal aliado de Valdemar da Costa Neto em São Paulo.
Ele foi um dos responsáveis pelas articulações para a retomada de Costa Neto do comando nacional do PL após o cumprimento da pena por participação no chamado esquema do Mensalão do PT. Em 2012, Costa Neto foi condenado a 7 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Ex-deputado federal, Costa neto chegou a cumprir mais de dois anos de prisão no Centro de Progressão Penitenciária (CPP), em Brasília, até ir para prisão domiciliar em progressão de regime e receber perdão do STF, em 2016.
Em 2024, o presidente do PL chegou a ser preso novamente em Brasília por posse ilegal de arma e foi solto graças a uma decisão do próprio Alexandre de Moraes, do STF.
Nas duas prisões, Antonio Carlos Rodrigues manteve o apoio político e, por isso, se diz surpreso com a expulsão da legenda sem comunicação prévia. Antônio Carlos, inclusive, sempre foi uma ponte de Costa Neto com Moraes, uma vez que o deputado federal expulso mantinha contato amistoso na política paulista com o agora ministro do STF.
Por meio de nota, Costa Neto justificou a expulsão dizendo que “a pressão da nossa bancada foi muito grande” e “que atacar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é uma ignorância sem tamanho”.
“Antônio Carlos Rodrigues acaba de ser expulso do Partido Liberal (PL). A pressão da nossa bancada foi muito grande. Nossos parlamentares entendem que atacar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é uma ignorância sem tamanho. Trump é o presidente do país mais forte do mundo. O que precisamos é de diplomacia e de diálogo, não de populismo barato, que só atrapalha o desenvolvimento da nossa nação. Chega de arrumar confusão. Temos que arrumar o Brasil”, declarou o presidente do PL.
Em entrevista publicada pelo portal Metrópoles na quinta-feira (31), Rodrigues tinha dito que a aplicação da lei Magnitsky a Moraes é “absurda”.
“É o maior absurdo que já vi na minha vida política. O Alexandre é um dos maiores juristas do país, extremamente competente. Trump tem que cuidar dos Estados Unidos. Não se meter com o Brasil como está se metendo”, disse o parlamentar na entrevista ao portal.
A Lei Magnitsky permite que os Estados Unidos punam cidadãos estrangeiros acusados de violações graves de direitos humanos ou corrupção em larga escala.
As sanções, divulgadas na quarta-feira (30), podem dificultar o acesso de Moraes a uma série de serviços financeiros e tecnológicos.