Quinta-feira, 08 de maio de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 7 de maio de 2025
De camisa preta e calça jeans escura, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) publicou uma gravação nessa terça-feira (6), repetindo a estética do vídeo viral de janeiro sobre as mudanças no Pix, que alcançou 8,9 milhões de visualizações somente no Instagram.
Desta vez, o deputado bolsonarista citou o escândalo dos desvios no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Há estimativas de que, desde 2016, cerca de R$ 7,99 bilhões em recursos foram descontados em folha de aposentados e pensionistas, grande parte sem autorização.
Na gravação de pouco mais de seis minutos, Nikolas afirma que este é o “maior escândalo da história do Brasil”, faz acusações sobre o governo Lula não ter tomado medidas para apurar os desvios bilionários, e defende o ex-presidente Jair Bolsonaro, cujo governo também foi atravessado por fraudes no INSS. O conteúdo passou de 3,4 milhões de visualizações em cerca de 12 horas.
“E é claro, vão espalhar a narrativa de que tudo começou no governo anterior. E já percebeu que no governo passado, tudo era culpa só do presidente? E nesse governo, nada é culpa do presidente?”, indagou o deputado.
Segundo a investigação, os descontos ilegais em benefícios de aposentados e pensionistas do INSS começaram em 2016. O problema entrou no radar em 2018, mas disparou a partir de 2023, primeiro ano do governo Lula.
Nikolas destaca que Bolsonaro teria tentado resolver o problema propondo a Medida Provisória (MP) 871, para fazer com que houvesse revalidação dos descontos todos os anos. Durante a tramitação do texto no Congresso, a atuação de lobbies das associações junto a deputados e senadores conseguiu prorrogar o prazo para três anos, com a nova regra valendo a partir de 31 de dezembro de 2021.
A mudança foi sancionada pelo ex-presidente Bolsonaro. Dali em diante, sucessivos “jabutis” no Congresso fizeram com que a revalidação fosse revogada em definitivo.
Com trilha sonora de suspense, o deputado também pede “ajuda” aos seguidores, para que cobrem os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para que uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) seja instalada para apurar o esquema fraudulento de deduções indevidas.
A oposição conseguiu o reunir 185 assinaturas e protocolou o requerimento de criação da CPI na Câmara. Em outra frente, parlamentares tentam avançar com a criação de uma investigação bicameral sobre o caso, com a instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI). Na última sexta-feira, 2, a oposição afirma ter conseguido o número mínimo de assinaturas para o requerimento, com 171 deputados e 27 senadores.
No final do vídeo, um efeito especial “envelhece” Nikolas, que fica com cabelos brancos e rugas no rosto. “Para chegar aqui diferente, a gente precisa fazer algo diferente agora. Porque o partido que prometeu cuidar do povo, um presidente que se colocou como o pai dos pobres, acabou explorando quem eles mais juraram defender. Mas eles só chegaram lá porque muitos acreditaram neles”, diz o deputado.
Publicado em janeiro, o vídeo do Pix criticava a portaria da Receita Federal que ampliaria o monitoramento de transações. Na ocasião, a gravação alcançou mais de 300 milhões de visualizações e precipitou a revogação da norma. Petistas avaliaram na época que o deputado saiu como “herói” da história. Na ocasião, Nikolas ganhou três milhões de seguidores, ultrapassando o presidente Lula e se tornando o segundo político mais seguido do Brasil.
Com o sucesso do primeiro vídeo, o deputado repetiu o formato e lançou mais uma gravação com o mesmo modelo, no início de abril, em que sai em defesa da anistia aos condenados pela quebradeira de 8 de Janeiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.